Operação da Polícia Federal mira empresas que prestam serviço ao Ministério do Turismo e à empresas do Sistema S
Rovena Rosa/Agência Brasil
Operação da Polícia Federal mira empresas que prestam serviço ao Ministério do Turismo e à empresas do Sistema S

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (19), a Operação Fantoche, que investiga desvios em contratos de empresas que prestam serviços ao Ministério do Turismo e às empresas do Sistema S. Todos os CNPJs são controlados por pessoas da mesma família e eles têm  convênios com os órgãos desde 2002. É estimado que as empresas tenham recebido cerca de R$ 400 milhões nesse período.

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De acordo com a Polícia Federal , são cumpridos 40 mandados de busca e apreensão e dez de prisão temporária nos estados de Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas pelos crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

Ainda segundo a investigação, o presidente Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, foi detido em São Paulo. Ricardo Essinger, presidente da Federação das Indústria de Pernambuco (Fiepe) também é alvo de mandato de prisão, assim como Francisco de Assis Benevides Gadelha, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB) e José Carlos Lyra de Andrade presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA). Os demais são membros das empresas investigadas.

Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que tem conhecimento de que o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, está na Polícia Federal, em Brasília. De acordo com a entidade ele está no local para prestar esclarecimentos. "A CNI não teve acesso à investigação e acredita que tudo será devidamente esclarecido. Como sempre fez, a entidade está à disposição para oferecer todas as informações que forem solicitadas pelas autoridades."

Engenheiro mecânico, Andrade presidiu a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) entre 2002 e 2010, quando assumiu seu primeiro mandato no comando da CNI, tendo sido reeleito em 2014 e em 2018.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac) fazem parte do chamado Sistema S .

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Algumas das empresas que são alvo da operação são: Instituto Origami, Aliança Comunicação e Cultura, Idea Locação de Estruturas e Iluminação, Somar Intermediação e Negócios e Ateliê Produções Artísticas.

A maioria dos contratos era para a realização do eventos culturais e de publicidade. De acordo com a investigação da Operação Fantoche , que conta com o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU), os documentos eram superfaturados e alguns dos serviços não foram prestados. Os recursos seriam desviados por meio de empresas sem fins lucrativos de fachada.

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De acordo com a Polícia Federal,  4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores de todos os investigados na operação.

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