Candidatos que concorreram às eleições do ano passado destinaram pelo menos R$ 1,1 milhão dos fundos partidário e eleitoral a empresas próprias ou de outros políticos durante suas campanhas. O levantamento, feito pelo jornal Folha de S.Paulo , envolve 132 políticos.
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As verbas foram destinadas à contratação de gráficas, produtoras de audiovisual, despesas com combustíveis e até gastos menores, como água e material de escritório. O levantamento aponta que 11 candidatos fizeram a compra em suas próprias empresas enquanto 121 gastaram com firmas de outros políticos .
Segundo o jornal, quem mais gastou com empresas próprias foi o então candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), que destinou R$ 80 mil para o escritório Xerez Saldanha Vasconcelos e Ciro Gomes Advogados Associados.
Ciro afirmou que ficou afastado da empresa durante a campanha eleitoral e que não recebeu nenhum recurso da prestação de serviços da empresa de advocacia. Também afirmou que os serviços prestados são públicos e podem ser consultados no Tribunal Superior Eleitoral.
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O deputado federal eleito Lúcio Mosquini (MDB-RO) também é um dos primeiros da lista, tendo repassado R$ 23,5 mil para um posto de combustível do qual é proprietário. O parlamentar, por sua vez, nega que haja irregularidades e disse que os gastos foram pequenos comparados ao total de sua campanha, R$ 1,8 milhão. "Eu fiz desconto para mim", defendeu.
Entre os candidatos que contrataram empresas de outros políticos, estão o então presidenciável José Maria Eymael (DC), que gastou R$ 43 mil na empresa da candidata a deputada estadual Cynthia Akao (DC-SP), que teve apenas 300 votos.
A empresa que mais faturou com verbas públicas de campanha foi a gráfica do ex-deputado Antônio Mentor (PT), que foi contratada 132 vezes por 17 candidatos e recebeu R$ 243 mil no total.
Ainda houve situações de repasses para empresas de parentes, caso do deputado federal Luciano Bivar, atual presidente do PSL, que gastou R$ 250 mil na empresa de seu filho, Cristiano Bivar.
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Os outros oito candidatos que repassaram recursos para suas próprias empresas saíram derrotados das eleições. Os políticos gastaram entre R$ 450 mil e R$ 16 mil e pertencem a partidos como PP, DEM, PCdoB, PSL e PDT.