A ministra da Agricultura, Teresa Cristina, e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, dançaram junto a indígenas durante um evento em uma aldeia Pareci, em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, no Mato Grosso, nessa quarta-feira (13).
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Além de Ricardo Salles e Teresa Cristina, o governador do estado, Mauro Mendes (DEM), e a primeira-dama, Virgínia Mendes, também participaram da dança. O evento reuniu indígenas de setenta aldeias de cinco regiões do país.
Na terra indígena, 17 mil hectares de lavoura são de cultivo de soja. Ao todo, são mais de 2.700 índios que moram na terra indígena e praticamente todos eles trabalham no cultivo do grão.
Durante o evento, a ministra da Agricultura disse que é possível mudar a legislação para que os agricultores indígenas possam produzir em larga escala em suas terras. Para Teresa , é possível produzir para gerar renda ao mesmo tempo em que se preserva a cultura e as tradições indígenas.
“A lei pode ser mudada, é para isso que nós estamos lá no Congresso Nacional. As coisas evoluem, as coisas mudam, a vontade de vocês é soberana. Isso está na normativa da OIT (Organização Internacional do Trabalho), vocês têm de decidir o que vocês querem fazer, qual a vontade dos povos indígenas”, afirmou.
A ministra disse ainda que considera o trabalho uma “revolução na agricultura, na agropecuária e na tradição indígena, podendo mostrar para o Brasil e para o mundo que é possível ser indígena, cultivar a cultura, mas também produzir”.
Ao líder indígena Ronaldo Zokezomaiake, presidente da cooperativa Coopihabnama, Tereza Cristina reafirmou que os indígenas merecem o mesmo apoio do governo para o plantio dado aos demais produtores rurais. A ministra afirmou que esse é um momento de renascimento, e que o exemplo do povo Paresi pode contribuir para “mudar a miséria e a manipulação que existe hoje em torno dos povos indígenas do Brasil”.
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Os indígenas entregaram uma carta de reivindicações às autoridades pedindo uma linha específica de crédito para que possam adquirir insumos e maquinário, além de mudanças na lei que impede a comercialização do que é produzido nas terras da União, entre outras demandas.
Tereza Cristina disse concordar com as reivindicações. “Quando eu entrei na estrada aqui, eu logo vi na entrada duas ocas e um barracão de máquinas. Esse é o símbolo! Vocês podem cultivar a cultura, mas também cultivam a tecnologia, a prosperidade”, comentou.
A ministra explicou que a matéria tem que ser levada ao Congresso Nacional, porque atualmente os índios estão proibidos de produzir em suas aldeias, que são terras da União. “A Comissão de Agricultura (da Câmara dos Deputados) pode começar a discutir este assunto, para achar uma solução de médio prazo”, defendeu a ministra.
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Pelo Instagram, o ministro Ricardo Salles exaltou o trabalho dos indígenas e afirmou que “faremos tudo que estiver ao nosso alcance (e sempre aprendendo) para apoiar as pessoas sérias e trabalhadoras do nosso Brasil”.