O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pediu que o corregedor da Casa, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), apure a fraude na eleição da Mesa Diretora, no último sábado (2). Embora estivessem presentes os 81 senadores, na urna de votação , foram colocados 82 votos na eleição para a presidência da Casa.
Além do voto a mais, duas cédulas estavam fora dos envelopes. A votação foi anulada, e Davi Alcolumbre foi eleito em um segundo pleito. No momento em que o problema foi constatado, vários senadores foram ao microfone protestar. O senador Major Olimpio (PSL-SP) disse que pediria as imagens da sessão, enquanto outros exigiram de imediato uma investigação:
“O fato é grave e deve ser apurado pelo Conselho de Ética . Houve uma fraude aí e tem que ser apurada. Tem que ser apurada”, afirmou o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
O senador Alessandro Vieira (PPS-SE) foi outro que disse não ter dúvidas de ter havido de fato uma fraude. “Um senador da República deliberadamente preencheu duas vezes uma cédula de votação. Duas vezes. E fez isso em benefício de um senador especificamente. Isso vai ser apurado porque alguém se deu ao desfrute, teve a ousadia de tentar fraudar uma votação na frente do Brasil inteiro”, alegou.
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A investigação deve seguir as regras contidas no Ato do Corregedor 1/2018, que regulamenta os procedimentos da Corregedoria Parlamentar. O órgão é responsável no Senado por promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina, incluindo questões referentes à segurança interna e externa da instituição.
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Após a investigação, o corregedor poderá arquivar o fato, encaminhar à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, caso a apuração constate descumprimento do Código de Ética, ou encaminhar à autoridade administrativa competente para adoção das sanções cabíveis, quando a conduta punível não for atribuída ao senador.
Eleição de Davi Alcolumbre
Alcolumbre, de 41 anos de idade, foi eleito no sábado (2) com 42 votos , ainda no primeiro turno, em uma eleição que se arrastou por dois dias e foi marcada por impasses, interferência do Judiciário, bate-bocas e pela desistência de Renan Calheiros (MDB-AL) já durante o andamento da eleição para a presidência do Senado. Alçado do baixo clero e quase anonimato diretamente à presidência do Senado, Alcolumbre teve apoio silencioso de integrantes da equipe do governo Jair Bolsonaro (PSL) e conseguiu concentrar os votos daqueles que tentavam evitar o retorno de Renan.
Sua vitória colocou o partido Democratas à frente das duas casas que compõem o Congresso, uma vez que Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito pelos deputados . Davi Alcolumbre superou quatro adversários na votação desta tarde: Fernando Collor (PROS-AL), que recebeu 42 votos; Angelo Coronel (PSD-BA), que teve 8; Esperidião Amin (PP-SC), escolhido por 13 colegas; e Reguffe (Sem partido-DF), que ficou com 6 votos. Renan, antes de desistir, somou 5 votos.