O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou nesta quarta-feira (30) que não tem mais nada a dizer sobre os relatórios do Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf) que apontaram movimentações bancárias suspeitas nas contas dele e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz .
"Eu já falei o que tinha para falar, não tem novidade nenhuma", afirmou o senador. Flávio Bolsonaro foi ao Congresso no início da tarde para fazer registro biométrico, procedimento comum no início do mandato.
Enquanto andava no Congresso, acompanhado pelos jornalistas, o senador disse ainda que é vítima de perseguição. “Tem que esperar o Supremo se pronunciar. Está todo mundo vendo que eu sou vítima de perseguição”, afirmou.
Flávio negou que as investigações envolvendo seu nome atrapalhem a governabilidade do pai e a relação do Executivo com o Legislativo. “Não tem nada a ver com o governo. Por mais que vocês queiram, não tem nada a ver com o governo. Estamos muito bem, obrigado. Estamos todos trabalhando bem, com liberdade”, disse ao responder uma pergunta se o governo de Bolsonaro já começava com desgaste.
Leia também: "Se Flávio errou, ele terá de pagar", diz Bolsonaro sobre caso Queiroz
O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro abriu procedimento investigatório criminal para apurar o caso, mas a investigação foi suspensa temporariamente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 17 de janeiro. Quem pediu a suspensão das investigações foi Flávio Bolsonaro.
O MPRJ quer esclarecer as movimentações financeiras atípicas nas contas do ex-assessor parlamentar de Flávio Nantes Bolsonaro (PSL) identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ).
Segundo o órgão responsável por identificar esse tipo de atividade financeira suspeita, ele recebia sistematicamente transferências bancárias e depósitos feitos por oito funcionários que trabalharam ou ainda trabalham no gabinete parlamentar de Flávio na Alerj.
Leia também: "O único problema do senador Flávio é o sobrenome", diz Mourão
Os valores suspeitos envolvendo o assessor de Flávio Bolsonaro giram em torno de R$ 1,2 milhão. Entre as movimentações financeiras atípicas registradas pelo Coaf, há também a compensação de um cheque de R$ 24 mil pago à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, além de saques fracionados em espécie no mesmo valor dos depósitos suspeitos feitos nas respectivas vésperas. Em entrevista, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o cheque é parte do pagamento de uma dívida de R$ 40 mil e que era possível até que mais depósitos surgissem.