O Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP) afirmou, em nota divulgada neste sábado (26), que não houve omissão nas investigações do caso Jean Wyllys. Na quinta-feira (24), o ex-deputado federal disse que estava sofrendo ameaças e que desistiria do mandato e deixaria o Brasil .
Jean Wyllys contou que estava sendo alvo de ameaças de morte e conteúdo falso na internet e declarou, na data, que o governo brasileiro foi omisso em relação à essas investigações. A nota do ministerio lamentou a decisão do deputado do PSOL, mas rebateu que "não corresponde à realidade a afirmação de que há omissão das autoridades constituídas."
De acordo com a publicação do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, entre os anos de 2017 e 2018 foram instaurados "diversos inquéritos" para apurar as ofensas e ameaças contra Wyllys, e as investigações continuam em andamento.
O texto diz ainda que um dos autores dos crimes, Marcelo Valle Silveira Mello, membro do grupo autointitulado "Homens Sanctos", foi preso em 2018 e que a pasta " repudia a conduta dos que se servem do anonimato da internet para covardemente ameaçar qualquer pessoa e em especial por preconceitos odiosos".
Na sexta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão se pronunciou sobre o caso. Ele declarou que ameaçar parlamentares é cometer "um crime contra a democracia " e que "uma das coisas mais importantes é você ter sua opinião e ter liberdade para expressar sua opinião."
Leia a nota na íntegra:
Nota do MJSP sobre ameaças ao deputado federal Jean Wyllys
"Ao longo de 2017 e 2018, foram instaurados diversos inquéritos pela Policia Federal para apurar ofensas e ameaças contra o deputado federal Jean Wyllys.
As investigações estão em andamento, mas já foi possível identificar um dos autores, Marcelo Valle Silveira Mello, preso em 2018, membro do grupo autointitulado "Homens Sanctos", e que se servia da identidade de Emerson Setim para fazer ameaças ao deputado.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública repudia a conduta dos que se servem do anonimato da internet para covardemente ameaçar qualquer pessoa e em especial por preconceitos odiosos.
Lamenta-se a decisão do deputado de deixar o pais, mas não corresponde à realidade a afirmação de que há omissão das autoridades constituídas."
Conheça o substitudo de Jean Wyllys
O vereador do Rio de Janeiro David Miranda (PSOL) deve assumir o cargo de deputado federal no lugar de Jean Wyllys . Primeiro vereador assumidamente LGBT do Rio, ele é casado com o jornalista norte-americano Glenn Greenwald e já acusou o vereador Carlos Bolsonaro de apologia a tortura. Em sua conta no Twitter, Miranda se descreve como “preto, favelado e primeiro vereador LGBT do RJ”.