Adelio Bispo de Oliveira, autor do atentado à faca contra a vida do presidente Jair Bolsonaro é réu confesso e foi preso em flagrante, mas Polícia Federal segue investigando se houve participação de mais pessoas
Polícia Militar/Divulgação
Adelio Bispo de Oliveira, autor do atentado à faca contra a vida do presidente Jair Bolsonaro é réu confesso e foi preso em flagrante, mas Polícia Federal segue investigando se houve participação de mais pessoas

A Justiça Federal de Juiz de Fora (MG) autorizou a prorrogação, por 90 dias, do inquérito que investiga quem pagou pela defesa de Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada no atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), no dia 6 de setembro, durante um evento de campanha do então candidato à Presidência pelas ruas do centro da cidade mineira.

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A decisão de prorrogar a investigação foi tomada pelo juiz da 3ª Vara da Justiça Federal da Subseção Judiciária de Juiz de Fora (MG) após pedido da Polícia Federal com o aval do Ministério Público. O processo não diz respeito à investigação do atentado em si, do qual Adélio Bispo de Oliveira já é réu, e sim apenas da apuração sobre quem financiou a defesa do autor do atentado, confesso e preso em flagrante.

No primeiro inquérito , a Polícia Federal concluiu que o agressor agiu sozinho no momento do ataque e que a motivação "foi indubitavelmente política". Neste caso, Adélio foi denunciando pelo Ministério Público menos de um mês após o atentado, em 2 de outubro, por prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional. Dias após o indiciamento, ele se tornou réu no processo para o qual já cumpre prisão preventiva no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS).

Já o segundo inquérito foi aberto pela Polícia Federal no dia 25 de setembro do ano passado. De acordo com o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais, Rodrigo Morais, o objetivo era investigar a participação de terceiros no atentado contra Bolsonaro.

Em 23 de outubro, por sua vez, o prazo para a conclusão do inquérito foi prorrogado pela primeira vez, quando o mesmo juiz, Bruno Savino, atendeu a um pedido da Polícia Federal, de acordo com o Ministério Público. O prazo de 90 dias se encerraria nesta quarta-feira (23), mas foi novamente prorrogado.

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No dia 21 de dezembro do ano passado, a polícia cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligado ao advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, responsável pela defesa de Adélio Bispo. O objetivo da operação foi tentar identificar quem estaria financiando a defesa do autor da facada em Bolsonaro .

Na ocasião, o próprio advogado afirmou que acompanhou toda a ação dos policiais federais em seu apartamento e voltou a dizer que o nome de quem o contratou para defender Adélio Bispo de Oliviera é sigiloso.

O ex-diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, por sua vez, disse que o objetivo da operação é não deixar nenhuma dúvida sobre a participação ou não de outras pessoas no caso ou descobrir se havia ou não alguma outra intenção de Adélio Bispo além do incoformismo político.

Galloro também disse que a investigação está próxima de ser encerrada, mas enquanto ela não se finda de vez, permanecem as dúvidas que alimentam teorias da conspiração sobre o "real" motivo do atentado à vida de Jair Bolsonaro.

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Enquanto opositores dizem que tudo não passou de uma armação e que Adélio foi contratado como "bode expiatório" para levar a culpa do atentado que ajudou Bolsonaro a se eleger, aliados do presidente acusam Adélio de ser financiado por grupos de esquerda que queriam eliminar o líder das pesquisas eleitorais, a partir do momento que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foi impedido de concorrer à Presidência com base na Lei da Ficha Limpa, e usam, para tanto, uma ex-filiação do autor do atentado ao PSOL, no passado.

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