Lula e o então ministro Antonio Palocci, em 2004; delator acusa ex-presidente de receber propina em dinheiro
Marcello Casal Jr/Agência Brasil - 30.12.04
Lula e o então ministro Antonio Palocci, em 2004; delator acusa ex-presidente de receber propina em dinheiro

O ex-ministro Antonio Palocci relatou, em sua delação na Operação Lava Jato , entregas de dinheiro em espécie de propina da Odebrecht para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o delator, parte do dinheiro chegou a ser entregue em caixas de uísque.

“Também se recorda que, dos recursos em espécie recebidos da ODEBRECHT e retirados por Branislav Kontic, levou em oportunidades diversas cerca de trinta, quarenta, cinqüenta e oitenta mil reais em espécie para o próprio Lula", diz um trecho da delação de Antonio Palocci, que o Portal G1 teve acesso.

O delator foi questionado sobre a existência de testemunhas das entregas de dinheiro a Lula. Em sua resposta, Palocci afirmou que, durante a campanha de 2010, entregou R$ 50 mil ao ex-presidente Lula , dentro de uma caixa de celular, no Terminal da Aeronáutica em Brasília (DF), em frente ao motorista do ex-ministro, chamado Cláudio Gouveia.

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"Em São Paulo, recorda-se de episódio de quando levou dinheiro em espécie a Lula dentro de caixa de whisky até o Aeroporto de Congonhas, sendo que no caminho até o local recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega", diz outro trecho da delação.

De acordo com Palocci, o motorista Carlos Pocente presenciou, no caminho do aeroporto, a cobrança do ex-presidente, que, inclusive, brincou, perguntando se toda aquela cobrança de Lula era apenas pela garrafa de uísque .

Na delação, Palocci disse que “era óbvio que a insistência de Lula não era por bebida, e sim pelo dinheiro; que o motorista afirmou ao colaborador que estava brincando e que sabia que se tratava de dinheiro em espécie”.

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As informações estão no termo de colaboração número 5 da primeira delação fechada por Antonio Palocci com a Polícia Federal de Curitiba, que foi homologada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). O termo foi feito em 13 de abril de 2018 na PF de Curitiba, no entanto, o depoimento foi anexado nesta quinta-feira (17) ao inquérito da PF sobre a Usina de Belo Monte.

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