O senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), Deltan Dallagnol, de ser “um ser possuído”. O parlamentar, que é investigado na Lava Jato, criticou as recentes declarações do procurador sobre a votação para a Presidência do Senado .
“Deltan Dallagnol @deltanmd continua a proferir palavras débeis, vazias, a julgar sem isenção e com interesse político, como um ser possuído”, escreveu Renan Calheiros em sua conta no Twitter.
Pelas redes sociais, Dallagnol tem incentivado seus seguidores a assinar um abaixo assinado que pede votação aberta para presidência do Senado . “Mais de 500 MIL PESSOAS estão pedindo o #votoaberto. É um grito da sociedade pelo direito de acompanhar a posição de seus representantes nessa escolha que pode ser tão importante quanto a eleição de um Presidente da República”, escreveu.
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Na última quarta-feira (9), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, derrubou liminar do ministro Marco Aurélio que determinava que a votação para a presidência do Senado fosse aberta. Toffoli acatou pedido apresentado pelo próprio Senado – sob ordens de seu atual presidente, senador Eunício Oliveira (MDB-CE).
O ministro do STF considerou que a liminar de Marco Aurélio (concedida em dezembro, antes do recesso do Judiciário) viola o regimento interno da Casa e fere sua autonomia. O presidente do Supremo ressaltou que “inexiste necessidade de controle externo sobre a forma de votação adotada para sua formação".
No Senado, a reinstauração do voto secreto tende a beneficiar a candidatura de Renan, que já presidiu a Casa por três períodos. O emedebista não conta com o apoio aberto do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o que dificultaria sua eleição caso não houvesse sigilo na votação.
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Renan Calheiros terá a concorrência certa do recém-eleito Major Olímpio (PSL-SP) e de nomes como Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Simone Tebet (MDB-MS). A votação está agendada para o início da nova legislatura, em fevereiro.