O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) , justificou nesta terça-feira (15) o seu veto ao projeto de lei que tornava obrigatório o funcionamento 24 horas das Delegacias da Mulher no estado. A proposta foi aprovada no fim do ano passado pela Assembleia Legislativa (Alesp), mas foi vetada integralmente pelo tucano na semana passada.
De acordo com João Doria , sua medida não configura quebra de promessa da campanha eleitoral, quando ele prometeu justamente ampliar o horário de funcionamento da Delegacia da Mulher. O governador explicou que a medida será "ajustada e ampliada" e atacou a autora do projeto que acabou vetado, a deputada Beth Sahão (PT).
"O projeto dessa deputada petista não levava em conta o orçamento. Nós não vamos ser subjulgados por um projeto que é inadequado. Cabe ao Executivo a determinação do funcionamento de delegacias. Não cabe ao Legislativo. Foi acertadamente vetado", disse o tucano.
"Foi uma iniciativa equivocada de uma deputada do PT com a intenção de ganhar brilho e ganhar a penetração junto às mulheres de maneira inadequada. O nosso compromisso é que as Delegacias da Mulher tenham mulheres atendendo. Já orientamos a Secretaria da Segurança Pública para implementar os programas de contratação para termos delegadas mulheres e escrivãs mulheres. Mas de maneira responsável, não de forma política", complementou.
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Ao site de notícias do PT, a autora do projeto vetado por Doria disse que vai lutar contra a medida do governador, acusado pela deputada de "faltar com a palavra empenhada durante a campanha". "Ele prometeu, por diversas ocasiões, que colocaria as delegacias da mulher para funcionar 24 horas por dia e também nos feriados e fins de semana. Não vejo justificativa plausível para recusar esse projeto, que contempla justamente aquilo que ele prometeu durante a campanha”, lamentou Sahão.
As declarações de Doria sobre o projeto foram feitas após a inauguração de um restaurante do Bom Prato em São Bernardo do Campo (SP) – que deve atender 44 mil pessoas por dia.
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O tucano também aproveitou o evento para, mais uma vez, atacar o Partido dos Trabalhadores, criado no município do ABC Paulista em 1980. "A medida [a inauguração do restaurante] é simbólica. Na terra onde nasceu o petismo, com o Lula, agora nós temos um governo liberal que trabalha pelo povo, trabalha com o povo e em sintonia com a população", disse o governador, exaltando também o prefeito, Orlando Morando (PSDB).
"Aqui não tem mais espaço para fazer populismo, para fazer assistencialismo e nem propostas que atendem o interesse de poucos em detrimento de muitos. Agora, este é um espaço livre", finalizou João Doria .