O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse nesta segunda-feira (14) que há um consenso no governo para que o Brasil permaneça no Acordo de Paris, que estabelece metas entre os signatários para redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.
Durante a campanha e depois de eleito, o presidente Jair Bolsonaro criticou por diversas vezes o acordo e sinalizou que o Brasil poderia abandoná-lo. Segundo Ricardo Salles , “por ora”, o país permanece comprometido com a agenda.
Entretanto, Salles afirmou que a implementação ocorrerá de forma a evitar prejuízos aos empresários brasileiros. “Há pontos importantes no acordo que a gente quer valorizar, como aqueles que podem trazer recursos financeiros para o país”, explicou após participar de um almoço promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
De acordo com o ministro, há pontos mais sensíveis do Acordo de Paris que dizem respeito a transformação de princípios, valores ou ideias na legislação nacional. “Restrição a gerenciamento do território, políticas públicas, nós vamos olhar com muito cuidado, porque o Brasil tem autonomia, como todo país, e deve conseguir tomar conta do território de acordo com seus interesses e prioridades”, disse.
Salles afirmou ainda que pretende acelerar a concessão dos parques nacionais para a iniciativa privada. Para o ministro, quanto mais concedidos estiverem os parques, melhores eles estarão “para a sua conservação, para o turismo, para a população brasileira”.
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“Nós vamos acelerar bastante a concessão dos parques nacionais para exploração pela iniciativa privada, feitas todas as garantias para que haja preservação ambiental”, explicou.
O ministro do Meio Ambiente afirmou que até o momento não foi estabelecido um cronograma de trabalho para fazer as concessões. Salles disse, no entanto, que tem como modelo o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná.
Salles defendeu também a desburocratização dos processos de licenciamento ambiental. De acordo com ele, o ministério deverá ajudar a subsidiar as discussões sobre a Lei Geral do Licenciamento, em tramitação no Congresso Nacional.
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“Quando você tem o licenciamento mais objetivo, mas específico nos pontos sensíveis, você está preservando e cuidando mais do meio ambiente. Hoje, se perde muito tempo, de maneira geral em temas que não são a maior preocupação do licenciamento e, aquilo que era realmente o mais importante, acaba sendo tratado, se não em segundo plano, em pé de igualdade com questões mais simples”, disse Ricardo Salles .