Avanços das negociações da COP24 sobre o Acordo de Paris foram reconhecidos pelas entidades ambientalistas
Debora Brito/ Agência Brasil
Avanços das negociações da COP24 sobre o Acordo de Paris foram reconhecidos pelas entidades ambientalistas

A última reunião da Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP 24), em Katowice, na Polônia, terminou com um acordo para executar uma série de regras que colocará em prática o Acordo de Paris . O livro de regras foi aprovado por 197 países e deve ser adotado a partir de 2020.

Com isso, todas as nações precisarão trabalhar juntas para tentar conter o aquecimento global que, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) pode aumentar 1,5ºC até o final do século. O Acordo de Paris define que os compromissos de cada país para reduzir os gases estufa, as chamadas "contribuições nacionais", são totalmente voluntários.

Para o secretário-geral da ONU, o português Antonio Guterres, a provação das tarefas do programa do Acordo “é a base para um processo de transformação que exigirá um reforço ambicioso da comunidade internacional". "A ciência mostrou claramente que precisamos de maior ambição para derrotar a mudança climática e, a partir de agora, minhas 5 prioridades serão: ambição, ambição, ambição, ambição e ambição", referindo-se "às questões de mitigação, adaptação, finanças, cooperação técnica, capacitação e inovação tecnológica", disse ele. 

Os avanços das negociações da COP 24 foram reconhecidos pelas entidades ambientalistas, embora tenham lamentado a falta de ambição do “livro de regras”.

"Os líderes mundiais presentes em Katowice conseguiram avanços importantes mas, mesmo assim, o que vimos na Polônia revela uma falta de compreensão fundamental por parte de alguns países da crise atual vivida pelo planeta", disse o porta-voz de mudança climática do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), Manuel Pulgar.

"Felizmente, o acordo está demonstrando ser resistente às tempestades da geopolítica global, por isso que agora precisamos que todos os países se comprometam a aumentar a ambição climática antes de 2020, porque o futuro de todos está em jogo", acrescentou Pulgar.

Para o Greenpeace, o acordo firmado na COP 24 representa pouco "em relação à necessidade de uma ação mais ambiciosa e urgente, especialmente depois das evidências claras mostradas pela comunidade científica".

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A organização ambientalista questionou a "falta de liderança da presidência polonesa (da cúpula)", já que a negociação teve que ser finalmente "salva" pelos negociadores das Nações Unidas.

“Sem ação imediata, mesmo as regras mais fortes não nos levarão a lugar nenhum. As pessoas esperavam ação e isso é o que os governos não cumpriam. Isso é moralmente inaceitável e eles devem levar consigo a indignação das pessoas e chegar à cúpula do Secretário Geral da ONU em 2019 com metas de ação climática mais elevadas”, disse a diretora executiva do Greenpeace Internacional, Jennifer Morgan.

De acordo com as medidas aprovadas, foram estabelecidas as diretrizes sobre como os países, incluindo os em desenvolvimento, deverão reportar de maneira transparente todas as suas emissões de gases de efeito estufa, além dos esforços em curso para reduzi-las.

No final das negociações, que começaram em 3 de dezembro, conciliaram-se o fato de que 2020 será o ano em que as nações apresentarão planos climáticos mais rígidos, enquanto que na COP 25 em 2019 será a ocasião para os chefes de Estado e de governo demonstrarem os esforços feitos até 2020.

“Essa conferência colocou uma responsabilidade direta sobre os líderes, para que cheguem à Cúpula do Clima [prevista para 23 de setembro de 2019] com metas climáticas melhoradas ou um compromisso de entregá-las até 2020. Qualquer coisa menos que isso é uma falha em liderança política e moral”, acrescentou Pulgar, da WWF.

Os países mais ricos concordaram em aumentar os desembolsos para o clima com o objetivo de oferecer maior confiança aos países mais vulneráveis, que temem não conseguir enfrentar as ameaças climáticas provocadas, especialmente pelas nações mais responsáveis pelas emissões de gases estufa.

Com isso, as nações industrializadas deverão informar às Nações Unidas a ajuda financeira que planejam fornecer aos países em desenvolvimento. Esses relatórios devem ser apresentados a cada dois anos. Este item ainda pode ser modificado no Acordo de Paris .

* Com informações da Ansa

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