Pequenos detalhes puderam ser notados ao longo da extensa cerimônia de posse de Jair Bolsonaro (PSL)
como presidente da República, realizada nessa terça-feira (1ª). Detalhes como o fato de a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, não ter tirado os olhos dos intérpretes de libras que trabalharam na posse de Bolsonaro. Ou como o terno não tão bem alinhado do presidente em decorrência do colete à prova de balas.
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Mas um detalhe, nem tão pequeno assim, merece destaque: a ressurreição do verde-amarelo e da bandeira do Brasil em uma cerimônia de posse presidencial. Mais de 115 mil pessoas, de acordo com as estimativas do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ocuparam a Praça dos Três Poderes em Brasília para acompanhar a posse de Bolsonaro . E, diferentemente das cerimônias anteriores, as cores da bandeira brasileira foram predominantes.
Quinze anos atrás, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu início ao seu primeiro mandato à frente da Presidência da República, o verde-amarelo era quase imperceptível em meio à multidão. As bandeiras vermelhas do Partido dos Trabalhadores e de partidos aliados dominaram o gramado da Esplanada dos Ministérios naquele 1º de janeiro de 2003, quando Lula e José Alencar subiram a rampa do Planalto para o encontro de Fernando Henrique Cardoso.
O panorama mudou um pouco na cerimônia seguinte, que marcou a posse de Lula para seu segundo mandato, em 2007. Na ocasião, as bandeiras vermelhas ainda foram maioria, mas havia muito mais bandeiras com as cores verde e a amarelo em meio aos apoiadores do petista.
Para o início dos mandatos de Dilma Rousseff (PT), a tônica das cerimônias foi a mesma. Em 2011, ao lado do então vice, Michel Temer (MDB), Dilma subiu a rampa do Planalto tendo como fundo um mar de pessoas com camisas e bandeiras vermelhas. Já em 2015, houve equilíbrio maior entre o vermelho e o verde-amarelo no público que viu, mais uma vez, Dilma e Temer lado a lado.
O próprio Jair Bolsonaro fez questão de enfatizar a mudança na 'paleta de cores' do País durante seu discurso no parlatório do Planalto , nessa terça-feira. Agitando uma bandeira do Brasil, o capitão da reserva do Exército repetiu bravata que é amplamente difundida entre seus apoiadores e adeptos do antipetismo: "Esta é a nossa bandeira, que jamais será vermelha", disse, dirigindo-se ao público presente na posse de Bolsonaro . "Só será vermelha se for preciso o nosso sangue para mantê-la verde e amarela", emendou.