Termo da posse presidencial de Bolsonaro escrito por Andréa Branco; documento será assinado dia 1º de Janeiro de 2019
Pedro França/Agência Senado
Termo da posse presidencial de Bolsonaro escrito por Andréa Branco; documento será assinado dia 1º de Janeiro de 2019

Com uma caligrafia de causar inveja até a uma impressora, Andréa Branco escreveu o termo de posse presidencial que será assinado por Jair Bolsonaro (PSL) na próxima terça-feira (1º) . O livro histórico, que possui dois volumes, teve sua primeira assinatura em 26 de fevereiro de 1891, quando o marechal Deodoro da Fonseca foi empossado presidente do país. 

Ao assinar o termo de posse presidencial , Bolsonaro assumirá o compromisso de governar o país e defender a Constituição. Considerados patrimônio do país, os documentos ficam guardados no Arquivo do Senado, em uma sala com temperatura, umidade e luminosidade submetidas a parâmetros rigorosos. Veja fotos:

O vai e vem no estilo da caligrafia alternou formatos de letra cursiva, mais simples no caso do termo assinado por Campos Salles, em 1898; mais artística quando Getúlio Vargas assinou o seu em 1934. Algo aproximado do gótico foi aplicado aos termos de Juscelino Kubitscheck (1955) e Tancredo Neves, que atuou por breve período como primeiro-ministro de 1961 a 1962.

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A letra de imprensa dominou a metade final da ditadura militar e o início da Nova República, sendo levemente estilizada no termo assinado por Ernesto Geisel (1974) e totalmente despojada na vez de José Sarney (1985). Daí em diante, seguiu-se outra miscelânea cursiva.

O verde que colore a capa de veludo do primeiro volume é mais claro que o da bandeira nacional e contrasta com o brasão da República e as letras douradas. Por dentro, o amarelado das folhas revela a antiguidade do primeiro livro , motivo pelo qual o presidente Café Filho estreia um novo tomo em 1954, agora mais formal. As páginas ganham pautas e são envoltas por capa dura, de verde mais escuro e alheia à pompa do século 19.

Com renúncias e reviravoltas, a história da política brasileira propiciou algumas curiosidades e situações inesperadas. Como o caso de Tancredo Neves, que não chegou a ser empossado presidente em 1985, dando lugar a Sarney, seu vice, porque adoeceu antes da cerimônia e morreu logo depois.

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“Devido à rotina de trabalho, não há condição de escrever o termo presidencial enquanto acontece a posse, porque é tudo manuscrito e existe um calígrafo para isso”, explica a servidora do Arquivo Rosa Maria Vasconcellos. Por isso, observa, a rasura com os dizeres em vermelho “sem efeito” sobre o termo de posse presidencial de Tancredo Neves, que havia sido escrito antes da notícia de seu estado de saúde.

* Com informações da Agência Senado

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