A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) está livre da acusação de ter recebido dinheiro via caixa 2 para a sua campanha à Câmara nas eleições de 2010. Neste sábado (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou que o ministro Luiz Fux arquivou o inquerito da empreiteira Odebrecht contra a petista.
Leia também: Bolsonaro reedita briga com Maria do Rosário em sessão sobre violência contra a mulher
Maria do Rosário foi citada na delação de Alexandrino Alencar. Segundo o executivo, o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht teria repassado R$ 150 mil à campanha da deputada por meio de caixa dois. Ou seja, o valor não teria sido declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A política sempre negou conhecimento de qualquer irregularidade.
Sorteado para acompanhar o caso, o ministro Luiz Fux arquivou o inquérito entendendo que não há provas suficientes que culpem a parlamentar do PT de supostos crimes eleitorais . De acordo com Fux, o que se tem são apenas declarações de delatores comprovadamente envolvidos com corrupção.
O pedido para arquivamento partiu da Procuradoria Geral da República através de Raquel Dodge. A procuradora entende que apesar de necessária, a delação não conseguiu trazer provas suficientes.
"Todas as linhas apuratórias possíveis de serem empreendidas neste inquérito não foram suficientes para demonstrar que a deputada federal Maria do Rosário tenha solicitado e recebido, no pleito de 2010, doação eleitoral extraoficial do grupo Odebrecht", escreveu a Procuradoria.
Ex-ministra da Secretaria Especial dos Direitos Humanos nos quatro primeiros anos do governo Dilma Rousseff, a petista é deputada federal desde 2003. Conhecida por projetos voltados para minorias, ela criou embates históricos com o presidente eleito Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. O capitão reformado, inclusive, precisou responder processo aberto por ela após dizer que "não a estupraria porque ela é muito feia".
Bolsonaro comemorou e ironizou Maria do Rosário em 2017, quando o nome da petista constou na chamada "lista do Fachin" , justamente para que a delação de Alexandrino Alencar citando a deputada fosse melhor apurada. Com o arquivamento, a gaúcha fica sem nenhum processo pendente no STF e estará na próxima legislatura após ter sido reeleita neste ano com mais de 97 mil votos.