Agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) e das Forças Armadas fizeram uma varredura no Complexo Prisional da Polícia Militar do Rio de Janeiro, em Niterói, onde está preso o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), na manhã desta sexta-feira (21).
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A intenção era tentar encontrar objetos proibidos nas celas dos presidiários, como facas e pistolas, mas o que os oficiais acabaram encontrando foi uma quantidade de dinheiro quase cinco vezes maior do que o permitido na cela de Pezão . Agora, o governador terá que explicar a origem do dinheiro e para que pretendia utilizá-lo, além de ser punido disciplinarmente de acordo com o regimento interno da unidade prisional.
A polícia informou que o governador escondia consigo 36 dólares, 6 mil pesos colombianos, 25 ienes e 70 euros. Juntos, essa quantia em moeda estrangeira equivale a quase R$ 500 e, segundo a direção da unidade, o máximo permitido para qualquer preso portar é R$ 100.
Mais de 250 homens participaram da ação, sendo 160 das Forças Armadas e 100 da PMERJ. Segundo funcionários da unidade, o objetivo da ação era vistoriar a prisão e identificar se o governador estaria ou não recebendo algum tipo de regalia dentro da cadeia. No início deste mês, agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Ministério Público Federal realizaram uma inspeção na unidade prisional.
Ainda segundo eles, Pezão tem tomado banho de sol regularmente de manhã e, na sexta-feira (31), participou da cerimônia de hasteamento da bandeira com outros presos.
O governador do Rio
foi preso em novembro por integrar, segundo a Polícia Federal, o esquema de corrupção de Sérgio Cabral e ainda por ter desenvolvido o seu próprio mecanismo de desvios
quando seu antecessor deixou o poder. Como não foi condenado, Pezão não perdeu o mandato e segue sendo governador, mas está sendo substituído pelo seu vice-governador e governador em exercício Francisco Dornelles
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Na ocasião de sua prisão, o agentes da Polícia Federal foram até o Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo fluminense, e deram voz de prisão contra Pezão por volta das 6h, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Apesar de ser o quarto dos últimos cinco governadores do Rio de Janeiro a ser preso , Pezão é o primeiro a ser preso durante o mandato.