João Doria garantiu que confia na Justiça e no direito de defesa de seu futuro secretário da Casa Civil, Gilberto Kassab
Divulgação/Assessoria de Imprensa João Doria
João Doria garantiu que confia na Justiça e no direito de defesa de seu futuro secretário da Casa Civil, Gilberto Kassab

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), garantiu que confia "na conduta da Justiça" e "no amplo direito de defesa" do ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), alvo de mandatos de busca e apreensão por parte dos agentes da Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (19). Kassab é futuro secretário da Casa Civil de Doria.

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Em curta nota divulgada pela assessoria de imprensa de João Doria à imprensa, o governador eleito diz acreditar que o minsitro prestará "os esclarecimentos necessários". Ele é suspeito de ter recebido R$ 58 milhões ilegais da J&F em duas ocasiões, segundo a delação premiada de Wesley Batista e Ricardo Saud, executivos da empresa.

Em uma das ocasiões, Kassab teria recebido R$ 30 milhões por meio de mesadas de R$ 350 mil pagas pela JBF ao ex-prefeito de São Paulo entre 2010 e 2016 por meio de contratos de serviços fictícios prestados, como aluguel de caminhões, das empresas Yape Transportes e Yape Consultoria, ambas ligadas à Kassab, que, por sua vez, teriam emitido notas fiscais falsas.

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Na outra ocasião, a empresa teria feito doações eleitorais no valor de R$ 28 milhões para várias campanhas políticas de candidatos do PSD, partido fundado por Kassab, entre eles um candidato a deputado federal e outro ao governo do Rio Grande do Norte, ambos eleitos naquele estado, em troca do apoio à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014, uma adversária política de Doria.

Agentes da Polícia Federal chegaram por volta das 6h do apartamento de Gilberto Kassab em São Paulo para cumprir mandados de busca e apreensão
Reprodução/TV Globo
Agentes da Polícia Federal chegaram por volta das 6h do apartamento de Gilberto Kassab em São Paulo para cumprir mandados de busca e apreensão

Em busca de documentos e outras provas que pudessem comprovar as informações dos delatores, os policiais federais cumpriram mandatos de busca e apreensão expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a pedido da procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, no apartamento de Kassab, no Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, além de outros cinco endereços (incluindo o apartamento de Renato Kassab, irmão do ministro), em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e outros dois em Natal, no Rio Grande do Norte.

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Em outra nota divulgada mais cedo , o futuro secretário da Casa Civil de João Doria , Gilberto Kassab, se disse tranquilo e afirmou que também "confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa" e "sabe que as pessoas que estão na vida pública estão corretamente sujeitas à especial atenção do Judiciário". Além disso, o comunicado "reforça que [Kassab] está sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários, ressalta que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público".

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