Eduardo Bolsonaro chama Venezuela de
Reprodução/Câmara dos Deputados
Eduardo Bolsonaro chama Venezuela de "narcoditadura" e amplia polêmica sobre a posso do pai em 1º de janeiro de 2019

O senador eleito pelo Rio de Janeiro e filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, publicou uma mensagem nas redes sociais na manhã desta segunda-feira (17) chamando a Venezuela de "narcoditadura" e acrescentando mais um capítulo na polêmica relação diplomática entre os dois países em torno do convite, desconvite e recusa de Nicolás Maduro para a posse de Bolsonaro pai em 1º de janeiro de 2019.

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Através de sua conta oficial no Twitter, Eduardo Bolsonaro disse que terá "muito mais gosto" em ver "venezuelanos que fugiram da narcoditadura" na posse de Jair Bolsonaro do que "autoridades ainda legalmente constituídas da Venezuela".

A polêmica começou depois que o futuro ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo, publicou uma mensagem também no Twitter dizendo que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não foi convidado para a posse de Bolsonaro já que "não há lugar para Maduro numa celebração da democracia e do triunfo da vontade popular brasileira". Ele também disse que a decisão foi tomada em "respeito ao povo venezuelano". 

Para Araújo, este e o momento em que "todos os países do mundo devem deixar de apoiá-lo e unir-se para libertar a Venezuela ". Confira o post:

Documentos revelados pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, no último domingo (16), no entanto, mostram que o Itamaraty efetivamente fez um convite coridal ao governo de Nicolás Maduro para a cerimônia de posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro. 

Também pelo Twitter, Arraza fez questão de compartilhar imagens de duas notas diplomáticas do Brasil convidando o presidente da Venezuela para participar da cerimônia no dia 1º de janeiro de 2019, em Brasília. Em outra postagem, no entanto, o chanceler venezuelano afirmou que foi Maduro quem recusou o convite e jamais teve a intenção de ir a posse de um "governo como o de Bolsonaro" que é "expressão da intolerância, do fascisimo e da entrega a interesses contrários à integração latino-americano e caribenha".

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Segundo o chanceler venezuelano a negativa de Maduro foi feita no dia 12 de dezembro.

Um outro tweet publicado pelo mesmo chanceler Jorge Arreaza mostra, porém, que o governo da Venezuela chegou a fazer um aceno diplomático ao Brasil e ao futuro governo ao parabenizar a vitória de Bolsonaro no segundo turno das eleições 2018.

Na ocasião, o documento oficial assinado por Maduro diz que o governo venezuelano "extende o convite para o novo presidente eleito do Brasil a retomar, como países vizinhos, o caminho das relações diplomáticas de respeito, armonia, progresso e integração regional, pelo bem-estar de nossos povos."

Após a polêmica se instaurar, o Itamaraty emitiu nota oficial em que explica que o ministério enviou um convite para a posse do presidente eleito para todos os governos com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas, incluindo os governos da Venezuela e de Cuba, mas que depois enviou um comunicado desfazendo os convites para esses dois países a pedido da equipe de transição do governo Bolsonaro.

Tanto o Itamaraty quanto a equipe do presidente eleito haviam se reunido antes para decidir, juntos, quem seria convidado para a cerimônia. Na ocasião, ambos os governos – o atual e o futuro – concluíram que seria adequado convidar todos os líderes de Estado de nações com as quais o Brasil possui alguma relação diplomática, assim como foi feito nas últimas cerimônias de posse. Foi por isso que os convites foram enviados.

Mais tarde, porém, a equipe do presidente eleito mudou de ideia e solicitou ao Itamaraty que os convites a Venezuela e a Cuba fossem cancelados. O motivo declarado foi justamente o que o futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, disse nas redes sociais, neste domingo: "em respeito ao povo venezuelano".

O que Araújo esqueceu de dizer foi que o convite chegou a ser entregue, mas foi desfeito. Os desconvites foram enviados às embaixadas dos dois países na semana passada. Em ambos os casos, tanto no texto enviado à Venezuela quanto no comunicado que chegou à Cuba, palavras enxutas pediam que as notas anteriores fossem desconsideradas. Em nenhum dos caso houve uma explicação formal sobre o recuo.

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Apesar da troca de acusações e do mal entendido diplomático, o caso era considerado encerrado até que Eduardo Bolsonaro  resolveu se posicionar e dar uma palavra final. Agora, no entanto, não se sabe ainda se o governo da Venezuela vai dar uma nova resposta à fala do filho do presidente eleito.

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