![Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi preso em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foi preso em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/9u/ct/e5/9ucte5fckgtj5d2djq76cx3v0.jpg)
O coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, Eduardo El Hage, afirmou nesta quarta-feira (12) que, em 2019, mais etapas da operação serão deflagradas. A afirmação foi dada durante a apresentação de um balanço dos trabalhos iniciados há três anos e que determinaram a prisão de um ex-governador (Sérgio Cabral), um governador ( Luiz Fernando Pezão ), ex-presidentes da Assembleia Legislativa, conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e outras autoridades do estado.
"Muita coisa ainda vai ser deflagrada em 2019. Temos várias linhas de investigação em curso. Acredito que o estado do Rio de Janeiro foi infestado por esse fenômeno da corrupção, mas pouco a pouco temos conseguido combater", disse Hage sobre a Operação Lava Jato em um evento em homenagem ao Dia Internacional Contra a Corrupção, comemorado no último domingo (9).
Para o coordenador da força tarefa no Rio, organizações criminosas semelhantes atuam em outros estados. "Pessoalmente, acho que estamos até à frente de outros estados. Tudo o que foi feito e está sendo visto no Rio, não tenho dúvida, acontece em outros estados, mas aqui está sendo revelado e punido", acrescentou.
O procurador da República foi um dos palestrantes da homenagem promovida nesta quarta-feira pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e apresentou números sobre os mais de dois anos da força tarefa, por meio da qual o Ministério Público Federal denunciou 246 pessoas em 46 denúncias apresentadas à Justiça.
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Desde que a Lava Jato chegou ao estado, foram decretados 190 mandados de prisão preventiva e 39 prisões temporárias, além de 40 conduções coercitivas e 466 mandados de busca e apreensão.
Foram realizadas 30 operações em conjunto com a Polícia Federal e a Receita Federal, e os acusados respondem por 15 crimes, entre eles, os de corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos e organização criminosa.
A Justiça homologou 35 acordos de colaboração premiada, que fixaram a devolução de R$ 575 milhões em multas compensatórias. Em dois acordos de leniência firmados com empresas, foram devolvidos aos cofres públicos R$ 134 milhões.
El Hage lembrou, ainda, que o início das investigações partiu de acordos de delação premiada de executivos da construtora Andrade Gutierrez, que relataram em 2015 que o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) cobrava 5% de propina sobre contratos fechados pelo estado.
A partir dessa informação, chegou-se à primeira fase da Operação Calicute, em 17 de novembro de 2016, quando o ex-governador foi preso ao lado de dois ex-secretários e operadores financeiros, grupo que é considerado por El Hage o núcleo duro da organização criminosa.
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As 46 denúncias feitas a partir dos desdobramentos da Operação Lava Jato já resultaram em nove sentenças condenatórias contra 40 pessoas, cujas penas somadas chegam a 665 anos e seis meses de prisão.
* Com informações da Agência Brasil