Sérgio Moro disse que vê esforço em Onyx para aprovar as 10 medidas contra a corrupção elaboradas pelo MPF
Rafael Carvalho/Governo de Transição
Sérgio Moro disse que vê esforço em Onyx para aprovar as 10 medidas contra a corrupção elaboradas pelo MPF

O futuro ministro da Justiça e Segurança de Jair Bolsonaro (PSL), Sérgio Moro, reafirmou nesta terça-feira (4) sua confiança no ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado para assumir a Casa Civil a partir de janeiro. “[Ele] tem minha confiança pessoal”, disse Moro em entrevista coletiva.

A declaração de Sérgio Moro ocorreu após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atender um pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e  determinar a abertura de uma petição autônoma específica para analisar as acusações de caixa dois feitas por delatores da J&F ao futuro ministro da Casa Civil.

Onyx Lorenzoni é acusado de receber pagamentos não declarados do grupo J&F, dono do frigorífico JBS. O futuro ministro é alvo de pelo menos um dos dez processos aberto a pedido da PGR com o objetivo de apurar o suposto pagamento de caixa dois a parlamentares.

No caso de Onyx, os delatores da JBS relataram dois repasses de R$ 100 mil: um na campanha das eleições de 2014 e outro na campanha de 2012. O próprio futuro ministro da Casa Civil já admitiu que recebeu o valor indevido por caixa dois em 2014, mas nega o recebimento de qualquer valor ilícito em 2012.

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Deputado pelo Rio Grande do Sul há 20 anos, Onyx sempre teve um forte discurso anti-corrupção como parlamentar e, inclusive, se aproximou de Bolsonaro por isso, já que essa foi uma das principais bandeiras da campanha do presidente eleito.

“Eu já me manifestei anteriormente. É uma questão de Onyx. O que vejo é um grande esforço [do ministro Onyx] para a aprovação das 10 medidas do Ministério Público, razão pela qual foi abandonado por grande parte de seus pares. Ele tem minha confiança pessoal”, declarou Moro.

Na mesma coletiva, o futuro ministro da Justiça anunciou mais dois nomes para comporem sua equipe a partir de 2019. O número dois da pasta será o delegado Luiz Pontel, destacado por Moro como um dos responsáveis pela primeira prisão do doleiro Alberto Youssef e que passará a exercer o cargo de secretário-executivo.

"Ele é uma pessoa que participou da investigação do caso Banestado e foi um dos principais responsáveis pela primeira prisão do Alberto Yousseff. Naquela época, já foi possível constatar a absoluta integridade do delegado", destacou Sérgio Moro ao fazer o anúncio.

Também integrará a equipe do novo ministro o general da reserva do Exército Guilherme Teophilo, que passará ao comando da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Sérgio Moro explicou que seu convite ao general da reserva para assumir a Senasp teve influência do trabalho desempenhado pelo general Braga Netto, responsável pela intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.

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