Cláudio Lopes foi procurador-geral de Justiça durante os anos de 2009 e 2012, no governo Cabral
Agência O Dia
Cláudio Lopes foi procurador-geral de Justiça durante os anos de 2009 e 2012, no governo Cabral


O ex-procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro Cláudio Lopes foi denunciado nesta terça-feira (13) pelo Ministério Público do Estado pelo recebimento de R$ 7,2 milhões em propina durante os anos de 2009 a 2012, período em que exerceu o cargo. Ele foi nomeado pelo então governador Sérgio Cabral (MDB) .

Cláudio Lopes está preso desde a última quinta-feira (8), data em que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou a acusação do Ministério Público de associação criminosa, corrupção passiva e quebra de sigilo funcional.

“O denunciado Cláudio Lopes, recém-ingresso na quadrilha, foi nomeado procurador-geral de Justiça pelo denunciado (Sérgio Cabral) e líder da súcia, Sérgio Cabral , no início de janeiro de 2009 e, a partir de março do mesmo ano, passou a receber a indevida quantia mensal de R$ 150 mil, o que perdurou até o término de seu segundo mandato à frente do Parquet estadual, em dezembro de 2012”, disse o Ministério Público em documento

Segundo os promotores, Cláudio Lopes recebia a propina em troca de “fechar os olhos” para os crimes de corrupção cometidos por Sérgio Cabral entre 2009 e 2012 . Em ação coordenada por Carlos Miranda – operador da quadrilha de Cabral que está fazendo delação premiada – o então procurador-geral recebia R$ 150 mil mensais.

“O denunciado Cláudio Lopes se utilizou de artifícios e ardis para defender os interesses da organização criminosa que o remunerava mensalmente, retardando investigações importantes e se prestando ao humilhante papel de escoteiro do denunciado Sérgio Cabral e sua malta.”, explica o Ministério Público.

A indicação de Cláudio Lopes ao cargo teria partido de Wilson Carlos, ex-secretário de governo do Rio de Janeiro, que está preso e que também fazia a liberação do dinheiro repassado para Carlos Miranda e Sérgio Castro Oliveira, o “Serjão”.

“A quantia ilícita era cuidadosamente separada por Carlos Miranda em maços de R$ 10 mil, com notas de R$ 100 ou R$ 50, acondicionados em envelopes azuis e pardos. Os envelopes eram entregues ao denunciado Sérgio de Castro, vulgo ‘Serjão’, o qual tinha a incumbência de transportar a propina ao denunciado Wilson Carlos”, diz a peça de acusação.

Cláudio Lopes era o procurador-geral de Justiça quando o empresário Eike Batista fez o empréstimo de um jatinho para que o governador Sérgio Cabral viajasse a Bahia, onde foi comemorado o aniversário de Fernando Cavendish, presidente da empreiteira Delta, acusada de pagar propina para ganhar licitações durante o governo Cabral. 

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