Agentes do Corpo de Bombeiros encontraram um notebook contendo registros de propina neste sábado (13), em Paraíba do Sul, no interior do Rio de Janeiro. O aparelho estava em um lago na fazenda de Carlos Miranda, suspeito de atuar como operador financeiro no esquema de corrupção que seria liderado pelo ex-governador do estado, Sérgio Cabral.
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Em depoimento, Miranda disse ter atirado o computador no local quando as buscas da Operação Lava Jato começaram, “no intuito de destruir a prova”, já que o equipamento continha planilhas das transações que efetuava para o grupo de Sérgio Cabral .
De acordo com a denúncia, Carlos Miranda teria recebido R$ 7 milhões em propina, dividida em pagamentos mensais, para contribuir com o esquema de corrupção chefiado por Cabral.
Entre os documentos contidos no computador, estariam os pagamentos feitos ao então procurador-geral de Justiça do Estado, Cláudio Lopes , denunciado na última terça-feira (9), por Ricardo Ribeiro Martins, atual procurador-geral, que assumiu o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) neste mês. Entre os crimes cometidos por Lopes, estão formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e quebra de sigilo funcional.
Ele também foi afastado por 60 dias de suas funções.
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Além de Cabral e Lopes, o ex-secretário de Governo, Wilson Carlos, e Sérgio de Castro Oliveira, também envolvidos no esquema, foram denunciados. O grupo ficou conhecido por praticar crimes na execução de obras realizadas com recursos federais no Rio de Janeiro.
Histórico de Sérgio Cabral
Cabral está preso desde novembro de 2016. Ao todo, o Ministério Público Federal (MPF) moveu 26 ações penais contra ele e suas penas já somam mais de 170 anos de prisão.
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Na última quinta-feira (11), o juiz da Vara de Execuções Penais do Rio (VEP), Rafael Estrela, decidiu manter o ex-governador em uma cela de isolamento, onde está preso na Cadeia Pública Werling de Oliveira (Bangu 8). A medida é uma forma de punição por ter sido flagrado com uma quantidade de dinheiro acima da permitida na cadeia - o valor máximo é R$ 95,40, 10% do salário mínimo, para ser usado na cantina. Por isso, Sérgio Cabral ficará dez dias sem poder receber visitas, mesmo que familiares, e sem poder assistir televisão na cela.