O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral virou réu pela 26ª vez, acusado de lavagem de dinheiro, por meio da rede de restaurantes japoneses Manekineko. Além de Cabral, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), a mulher dele, Adriana Ancelmo, Thiago de Aragão Gonçalves Pereira e Silva e Ítalo Garritano Barros.
Desta vez, Sérgio Cabral virou réu pelo crime de lavagem de ativos. Ao aceitar a denúncia, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, destacou que o crime foi verificado em 16 oportunidades distintas, ocultado em quase dois anos e dissimulada a origem, natureza, disposição, movimentação e a propriedade de, pelo menos, R$ 3,1 milhões.
Segundo o juiz, o propósito era "distanciar ainda mais o dinheiro de sua origem ilícita, derivado de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa chefiada por Sérgio Cabral , mediante a emissão de notas fiscais falsas, relativas à prestação de serviços advocatícios inexistentes do escritório Ancelmo Advogados para o restaurante Manekineko”.
Leia também: Filho de Cabral é condenado após visitas irregulares ao pai na prisão
De acordo com o Ministério Público Federal, a denúncia é resultado do desdobramento das operações Calicute e Eficiência, deflagradas para desbaratar esquema de corrupção e lavagem de capitais envolvendo diversas esferas do Poder Público. A atual denúncia foi baseada em informações colhidas no acordo de delação celebrado entre o MPF e o colaborador Ítalo Garritano.
Considerando ações da Lava Jato e desdobramentos da operação, Sérgio Cabral já foi denunciado 26 vezes. Em oito delas, já foi condenado. Atualmente, ele está preso complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro. Em nenhuma delas, porém, o ex-governador foi absolvido até agora.
Leia também: Vistoria em cela de Cabral encontra dinheiro em valor acima do permitido
Por enquanto, as penas impostas ao ex-governador chegaram a 183 anos de prisão. Na primeira ação em que Sérgio Cabral virou réu , o emedebista foi condenado a 45 anos e 2 meses — a maior pena imposta em primeira instância em processo ligado à operação "Lava Jato". Na segunda, por sua vez, recebeu penalidade de 13 anos, e na terceira, pena de 15 anos. Uma das condenações já foi confirmada em segunda instância.