O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo , que vai lutar para tipificar os atos do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), como terrorismo. O deputado também defendeu a ideia de tornar o comunismo crime e aprovação do projeto Escola Sem Partido.
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Eduardo Bolsonaro foi o deputado federal mais bem votado da história, reeleito com 1,8 milhão de votos pelo estado de São Paulo. "Isso aí é terrorismo. Se fosse necessário prender 100 mil pessoas, qual o problema nisso? Eu vejo problema em deixar 100 mil pessoas com esse tipo de índole, achando que invasão de terras é normal, livres para cometer seus delitos. Eu quero dificultar a vida dessas pessoas", afirmou o deputado sobre o MST.
Quando questionado se defende a criminalização do comunismo, o deputado disse que gostaria que a proposta fosse adiante, mas que depende da renovação do Congresso. "É seguir o exemplo de países democráticos, como a Polônia, que já sofreu na pele o que é o comunismo. Outros países também proibiram, como a Indonésia. Um dos papéis dos parlamentares é conscientizar as pessoas", defendeu.
"Os Estados Unidos já travaram, durante a Guerra Fria, um forte embate com os comunistas e, graças a Deus, os comunistas perderam. Talvez nunca tenham feito uma lei nesse sentido porque não tiveram um exemplo como o da Venezuela", completou. Eduardo afirmou ainda que pretende "aproveitar essa onda conservadora" para "dar uma resposta ao Foro de São Paulo".
Em relação à Presidência da Câmara, Eduardo disse não apoiar Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ter a preferência por outros. "Tem outros que eu gosto: o João Campos (PRB-GO) e o Alceu Moreira (MDB-RS). E tem o Giacobo (PR-PR)." Para o Senado, o filho do futuro presidente disse ser "complicado" apoiar Renan Calheiros, por ele não ter aprovado a redução da maioridade penal e ser a favor do desarmamento, algumas das principais bandeiras do PSL .
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Segundo Eduardo, as dez principais propostas para o partido são a desburocratização, a reforma da Previdência, incentivos e garantias para o agronegócio, retaguarda jurídica para a polícia, revogação do Estatuto do Desarmamento e nova lei de controle de armas, o Escola Sem Partido, proibição do aborto, a aproximação com os países pelo viés comercial e não ideológico e a defesa da liberdade de imprensa.
Sobre o projeto Escola Sem Partido, uma das propostas apoiadas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, Eduardo disse que o projeto não é inconstitucional, mas que aceitaria conselhos de reitores e ministros do STF. "O projeto não é inócuo, tanto que está balançando o Brasil", completou.
O deputado também falou sobre a reforma da Previdência e defendeu uma idade mínima diferente para trabalhadores braçais e para aqueles que trabalham em escritórios. "Uma pessoa que precisa do vigor físico para trabalhar não vai conseguir trabalhar até os 65 anos, como pedreiros e esportistas. O ideal é que exista uma aposentadoria gradual. Mas quem vai dar esse norte é o Paulo Guedes".
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Eduardo Bolsonaro ainda defendeu uma reforma política, com uma constituinte exclusiva para a proposta e disse que não descarta ser candidato à Prefeitura ou ao governo de São Paulo. "Muita gente fala da Prefeitura, do governo. Não descarto, mas não aceito. Está na esfera da cogitação."