O juiz federal Sergio Moro pediu férias à Corregedoria da Justiça Federal da 4ª Região nesta segunda-feira (5). Isso porque, semana passada, Moro aceitou o convite para ser o futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PSL). E, agora, o magistrado pediu o seu afastamento para atuar na transição do governo.
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Moro pediu férias e disse que se afastará da Operação Lava Jato para evitar "controvérsias desnecessárias". Ele afirma que as férias "permitirão que inicie as preparações para a transição de governo e para os planos para o Ministério". O afastamento foi pedido a partir de hoje e dura até o final deste ano.
Em documento encaminhado ao corregedor regional da Justiça Federal da 4ª Região, Ricardo Teixeira Pereira, Moro informou que pretende tirar todos os períodos de férias a que tem direito antes de assumir o cargo de ministro.
O magistrado terá férias até o dia 21 de novembro, referente a 17 dias remanescentes do período de 2012/2013 e depois vai entrar com um novo pedido, de 21 de novembro a 19 de dezembro.
Ele também informou que pedirá a exoneração em janeiro, antes de assumir o convite do presidente. "Pretendo realizar isso no início de janeiro, logo antes da posse no novo cargo", informou. O juiz ainda afirmou ter aceitado o cargo de ministro com "pesar" por ter que abandonar a magistratura.
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No documento, Moro também cita a sua substituta, a juíza Gabriela Hardt, que assume os interrogatórios dos réus Carlos Armando Guedes Paschoal, ex-diretor da Odebrecht, e Emyr Diniz Costa Junior, ex-engenheiro e delator da empreiteira, no caso do sítio de Atibaia a partir desta segunda (5). "Ela, profissional muito competente, tem plenas condições de substituir-me na jurisdição", afirmou o juiz.
A superpasta de Bolsonaro que Moro vai assumir engloba três Ministérios em um só, o Ministério da Justiça, o da Segurança Pública, o da Transparência além da Controladoria-Geral da União e de parte do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que hoje está sob controle do Ministério da Fazenda.
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Moro pediu férias na manhã desta quinta e, após o pedido, a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entrou com um recurso no Supremo Tribunal Federal para pedir a liberdade do ex-presidente e a anulação do processo do tríplex. "Necessária concessão da ordem para reconhecer a suspeição do magistrado, declarar a nulidade de todo o processo e restabelecer a liberdade plena do paciente [Lula]", escreveu a defesa.