Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou na noite desse domingo (28) que a mudança do modelo da economia vai ser focada em três "grandes itens" para controle dos gastos públicos. O principal passa pela reforma da previdência .
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“O primeiro grande item de gastos públicos é a previdência. Precisamos de uma reforma da Previdência. O segundo é a despesa de juros. Vamos acelerar as privatizações, porque não é razoável o Brasil pagar 100 bilhões de dólares por ano. E o terceiro é uma reforma do estado, são os gastos com a máquina pública. Nós vamos ter que reduzir privilégios e desperdício”, disse Paulo Guedes
ao pontuar que o controle de despesas públicas terá três frentes.
Para o futuro ministro, o País passou por 30 anos de expansão de gastos públicos descontrolados e que o modelo atual é ruim.
“O Brasil foi pra hiperinflação, foi pra moratória externa, o poder econômico corrompeu a política. Subiram os impostos, subiram os juros. Nos endividamos em bola de neve. Paramos de crescer e estamos com 15 milhões de desempregados. Então esse modelo econômico é ruim. É um modelo social-democrata. Somos prisioneiros do baixo crescimento”, declarou.
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Paulo Guedes disse ainda que o investimento da iniciativa privada é “motor do crescimento econômico”. “Vamos eliminar encargos e impostos trabalhistas sobre a folha de pagamento pra gerar em dois ou três anos 10 milhões de empregos novos. Vamos fazer marcos regulatórios na área de infraestrutura. Os investimentos e o emprego privados são o motor do crescimento econômico, e é isso o que nós vamos fazer”.
Principal ministro de Bolsonaro: Paulo Guedes
O economista Paulo Guedes foi o primeiro ministros confirmado por Bolsonaro. Considerado uma das maiores referências do pensamento econômico liberal no Brasil, Guedes chegou a ser chamado de "posto Ipiranga" pelo próprio novo presidente quando este admitiu que "não entendia nada de economia".
Paulo Guedes foi considerado um trunfo de Bolsonaro desde a pré-campanha à Presidência. Apresentados após a adesão do ex-deputado ao Partido Social Liberal (PSL) já no início desse ano, Bolsonaro e Guedes sempre defenderam propostas distintas publicamente: enquanto o presidente eleito sempre foi um militar nacionalista e estadista, o provável futuro ministro sempre defendeu a abertura do Brasil para investimentos estrangeiros e a privatização de todas as empresas estatais.
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Durante a campanha, no entanto, as propostas de Bolsonaro se alinharam mais ao pensamento de Guedes o que fez com o que o mercado financeiro ficasse ao lado do candidado do PSL. O apoio foi sentido na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com a queda do dólar de patamares de R$ 4,20 para R$ 3,70 conforme Bolsonaro subia nas pesquisas.
Paulo Guedes é carioca, tem 69 anos, é mestre e Ph.D pela Universidade de Chicago, um dos fundadores do Banco Pactual e sócio majoritário do grupo BR Investimentos. Foi colunista dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e das revistas Época e Exame, professor na Fundação Getulio Vargas (FGV) e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e aceitou uma cadeira de docência em tempo integral na Universidade do Chile na época da ditadura militar chilena.