O ministro do Interior e vice-premiê da Itália, Matteo Salvini, celebrou nesta segunda-feira (29) a possibilidade de extradição de Cesare Battisti diante da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição do Brasil.
Principal líder da extrema-direita italiana, Salvini parabenizou Bolsonaro e comemorou a derrota da esquerda brasileira, acrescentando que está pronto para vir pessoalmente ao Brasil "para pegar o terrorista vermelho", referindo-se à extradição de Cesare Battisti . "Não vejo a hora de encontrar o novo presidente Bolsonaro. Ficarei feliz em ir pessoalmente ao Brasil para pegar o terrorista vermelho Cesare Battisti e levá-lo para a cadeia", disse.
Ainda durante sua campanha, Bolsonaro fez questão de deixar claro que asseguraria o envio de Battisti à Itália
em caso de vitória.
“Como já foi falado, reafirmo aqui meu compromisso de extraditar o terrorista Cesare Battisti , amado pela esquerda brasileira, imediatamente em caso de vitória nas eleições. Mostraremos ao mundo nosso total repúdio e empenho no combate ao terrorismo. O Brasil merece respeito”, escreveu Bolsonaro.
Mesmo sendo vice-primeiro-ministro, Matteo Salvini
se tornou a principal figura do governo italiano tanto no cenário interno como internacionalmente. Como secretário da Liga, ele também é o líder do principal partido de extrema direita na União Europeia atualmente.
Condenado por assassinato e terrorismo na Itália, Battisti é ex-guerrilheiro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e conseguiu ficar no Brasil graças a uma decisão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No entanto, com a ascensão de Michel Temer ao poder, a Itália apresentou um novo pedido de extradição, que foi aceito pelo governo . Battisti, contudo, conta com uma liminar em seu favor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, relator do processo que julgará se Temer pode reverter a decisão de Lula.
Em outubro do ano passado, Battisti foi preso próximo à fronteira com a Bolívia em meio à reabertura de seu processo de extradição pelo governo de Michel Temer, a pedido da Itália, que se aproveitou da troca de poder no Planalto para tentar reaver o ex-membro da milícia de extrema esquerda.
Com a eleição de Bolsonaro, a extradição de Cesare Battisti agora surge como questão de tempo.
*Com informações e reportagem da Ansa