Um homem, de 47 anos, foi encontrado morto na madrugada desta quarta-feira (17) na mesma pensão em que Adelio Bispo de Oliveira , autor do ataque contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), se hospedou em Juiz de Fora (MG), antes do atentado.
Segundo o boletim de ocorrência, os polícias não identificaram sinais de violência no corpo de Rogério Inácio Villas, que já apresentava rigidez cadavérica. O homem já estava na pensão, que foi usada por Adelio Bispo , há três meses.
De acordo com os familiares, Villas era usuário de drogas e a pouco tempo esteve internado por conta de uma pneumonia. Ele também aparentava ter problemas cardíacos.
Em setembro, duas semanas depois do ataque contra Jair Bolsonaro , a dona da pensão, Aparecida Maria da Costa, morreu. Segundo uma das filhas, ela tinha câncer terminal. A senhora chegou a ser ouvida pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura o crime contra Jair Bolsonaro.
Inquérito contra Adélio Bispo
No início de outubro, o juiz federal Bruno Savino, da 3ª Vara de Juiz de Fora (MG), recebeu denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) e tornou Adelio réu por "atentado pessoal por inconformismo político" contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL).
Adelio foi autor do ataque a faca contra o presidenciável durante comício realizado no dia 6 do mês passado no município mineiro. Bolsonaro foi submetido a duas cirurgias por conta do golpe sofrido no abdômen e ficou internado por 23 dias. Já Adelio foi preso em flagrante e atualmente se encontra em penitenciária federal em Campo Grande (MS).
Ao receber a denúncia, o juiz considerou que o agressor cometeu "grave e inegável lesão ao regime democrático" ao "tentar impedir" que os eleitores identificados com Bolsonaro fizessem valer seus votos.
"Não há dúvidas de que o atentado pessoal do qual o candidato Jair Bolsonaro foi vítima efetivamente provocou irreparável desequilíbrio no processo eleitoral democrático brasileiro, não somente por afastar das campanhas de rua e debates eleitorais o candidato líder em pesquisas de intenção de voto, mas também por estremecer a garantia do princípio democrático da liberdade de consciência e escolha", escreveu o juiz.
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O magistrado destaca ainda que Adelio Bispo
disse, logo após ser preso em flagrante, que agiu por "duas motivações": "uma de ordem religiosa e outra de ordem política". "A respeito dessa última, disse que 'defende a ideologia de esquerda, enquanto o candidato Jair Bolsonaro defende ideologia diametralmente oposta, ou seja, de extrema direita', entendendo que o
candidato defende 'o extermínio de homossexuais, pobres, negros e índios,
situação que discorda radicalmente'", relatou o juiz.