A Polícia Federal abriu nesta terça-feira (25) segundo inquérito para investigar as circunstâncias do ataque a faca
contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), ocorrido no dia 6 deste mês em Juiz de Fora (MG).
A abertura desse novo inquérito segue estratégia adotada pela Polícia Federal para cumprir com os prazos legais para a conclusão da investigação como um todo. O primeiro procedimento, instaurado logo após o ataque a Bolsonaro, tinha como objetivo principal apurar as motivações do agressor Adelio Bispo de Oliveira. Já esse novo inquérito foca em esclarecer se o agressor agiu por ordem de alguém ou foi de alguma forma instigado a cometer o crime.
O primeiro inquérito deveria ser concluído na última sexta-feira (21), mas a PF solicitou à Justiça a prorrogação dos trabalhos por mais 15 dias . No âmbito dessas investigações, foram entrevistas 38 pessoas, colhidos 15 depoimentos formais de testemunhas e realizados três interrogatórios com Adelio Bispo – que foi indiciado por "atentado pessoal por inconformismo político", com base no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional. Cinco laudos periciais foram concluídos, e outros quatro exames seguem em andamento.
Segundo a PF, também foram analisados 2 terabytes (Tb) de imagens e efetuadas diligências em Juiz de Fora, Montes Claros, Uberaba, Uberlândia, Pirapitinga, Belo Horizonte e Florianópolis.
Primeiro inquérito da Polícia Federal indica que Adelio agiu sozinho
As investigações conduzidas até o momento indicam que o agressor de Bolsonaro , de fato, agiu sozinho. Foi descartada a hipótese de que Adelio tenha recebido dinheiro supostamente relacionado ao crime em sua conta-corrente, onde os valores encontrados têm "origem sustentável", segundo a PF.
Em entrevista à TV Globo , o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais Rodrigo Morais disse que os elementos colhidos "refutam a participação de terceiros na execução do atentado em si".
"Em relação à execução do crime propriamente dito, na data do atentado, o indiciado que agora se encontra preso, nós estamos convictos que ele não contou com a colaboração de ninguém", disse o delegado, que acrescentou, ainda, que o agressor de Bolsonaro planejou o ataque por conta própria.
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Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos de idade, hoje se encontra preso em penitenciária federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, após ter sido transferido da carceragem da Polícia Federal em Juiz de Fora. Já o candidato Jair Bolsonaro segue internado no hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo. Segundo o último boletim médico divulgado pelo hospital, o candidato "mantém boa evolução clínica e permanece sem dor, sem febre ou outros sinais de infecção".