Diretor do Museu Nacional pediu, em carta a presidenciáveis, que repasses para reconstrução da instituição sejam garantidos em 2019
Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil
Diretor do Museu Nacional pediu, em carta a presidenciáveis, que repasses para reconstrução da instituição sejam garantidos em 2019

A 12 dias do segundo turno das eleições, o diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Alexander Kellner, apelou aos candidatos à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), e aos integrantes do Congresso Nacional para que atuem em favor da reconstrução da instituição. Em carta aos presidenciáveis, ele disse que o momento “não é procurar culpados e apontar dedos”, mas sim assumir compromisso com o repasse de recursos e garantias de verbas no orçamento.

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“É fundamental que, no Orçamento a ser votado ainda neste ano, haja uma verba substancial destinada ao Museu e um compromisso com que a mesma não seja contingenciada, como, infelizmente, ocorreu no passado recente”, diz a carta do diretor do Museu Nacional .

O mesmo texto, com igual conteúdo, foi enviado para os dois presidenciáveis e ao Congresso Nacional. No documento, Kellner ressalta que a responsabilidade de manter a memória do país está nas mãos de todos e depende da responsabilidade do Executivo e Legislativo também.

“O Museu Nacional Vive! Mas a sua sobrevivência está atrelada à responsabilidade de V.Sas., que detêm o poder nas mãos para projetar de forma digna o futuro dessa instituição que tanto contribuiu e contribui para o desenvolvimento da nação brasileira, de modo que se possa iniciar o seu terceiro centenário com renovada esperança no futuro de todos nós.”

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Na carta, o diretor relata em detalhes a tragédia causada pelo incêndio em 2 de setembro que destruiu 90% do acervo do Museu Nacional. Os bombeiros demoraram para conter o fogo, enquanto pesquisadores e estudantes tentaram salvar o que puderam do local.

Kellner lembrou a importância do Palácio de São Cristóvão transformado em museu. Ali viveram D. João VI, os imperadores D. Pedro I e D. Pedro II , a imperatriz Leopoldina e a princesa Isabel, entre tantos outros personagens da história do país. Também foi o local onde funcionou a primeira Assembleia Constituinte Republicana, no período de 1889 a 1891.

“Como era esperado, a destruição de boa parte de uma instituição do porte do Museu Nacional transcendeu as fronteiras do território nacional e comoveu as nações de todo o mundo. Já são centenas as manifestações de apoio com, inclusive, oferta de doação de materiais raros para recompor o acervo da instituição.”

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O diretor do Museu Nacional destacou também que é fundamentar garantir “melhores condições de segurança” para pessoas e coleções. “Apelamos para que V. Sas. se comprometam com a reconstrução do Museu Nacional”, diz ao final da carta.

* Com Agência Brasil

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