O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou que o segundo turno das eleições para governador do Amapá será disputado entre o atual governador Waldez Góes (PDT) e João Capiberibe (PSB). Mesmo após a apuração de 100% das urnas, a decisão só foi considerada definitiva depois que o TSE decidiu manter a candidatura de Capi. O candidato teve problemas com o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) que indeferiu o registro de alguns partidos de sua coligação incluindo o de seu vice, Marcos Roberto (PT).
Leia também: Com 57,29% dos votos válidos, Carlesse (PHS) é reeleito governador de Tocantins
Mais de 340 mil eleitores participaram da votação em todo o Estado neste domingo. O atual governador do Amapá, Waldez obteve 33,5% (133.214 votos) dos mais de 222 mil votos válidos registrados na eleição no Amapá, enquanto o candidato do PSB, João Capiberibe, foi escolhido por 30,1% do eleitorado (119.500 de votos).
Waldez e Capi
deverão retomar suas campanhas na ruas e na internet, de olho no segundo turno da eleição a partir desta quinta-feira (18), mesma data em que o TSE liberou a propaganda eleitoral no rádio e na TV.
Desafios para o futuro novo governador do Amapá
O novo governador do Amapá terá que encarar os problemas de um estado com o mais alto percentual de desempregados do País. No primeiro trimestre deste ano, 13,2% da população estava procurando emprego.
Leia também: Fiscalizar, analisar e julgar: o que fazem os senadores em oito anos de mandato?
Isso também se reflete no percentual que cada setor contribui para o PIB do Estado. O serviço público cresceu consideravelmente nas últimas décadas e é o setor que mais contribui para a economia do estado, com participação de 44% do PIB. Comércio e serviços também têm forte participação e, juntos, representam 42% da atividade econômica.
Dessa forma, a economia do Amapá depende fortemente do setor público que, impactado pela crise dos dois últimos anos, resultou em forte queda, por exemplo, nas vendas de veículos. Apesar de já ser a menor frota automotiva do País, de acordo com o levantamento mais recente do IBGE, entre 2015 e 2016, houve queda de 60% nas vendas, o que representa em torno de 6 mil veículos a menos em circulação. Contudo, é possível perceber a retomada da economia do estado em proporção acima da média nacional.
Já em relação ao meio ambiente, o Amapá é um dos mais preservados estados do Brasil, com mais de 72% de seu território destinado a áreas protegidas, o que inclui unidades de conservação federais e estaduais, além de terras indígenas. No entanto, apenas 80% da população amapaense é atendida com coleta de lixo, só 11% contam com rede de esgoto e pouco mais da metade têm acesso à água encanada.
Na educação, no entanto, o Amapá vai relavatimente bem. O estado alcançou a mais baixa taxa de analfabetismo das regiões Norte e Nordeste (5%) e conta com o maior percentual de pessoas a partir de 25 anos com mais anos de estudo: 9,9%, empatado com Roraima.
Leia também: A duas semanas das eleições, 12 candidatos a governador podem vencer no 1º turno
No entanto, na área da segurança pública, o futuro governador do Amapá , seja ele Waldez ou Capi, terá que encarar as consequência de um estado muito violento. Isso porque, segundo o Mapa da Violência 2018, o Amapá conta uma taxa de 48,7 homicídios para cada 100 mil habitantes, tornando o Estado o segundo mais violenta da região Norte, atrás apenas do Pará.