O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, negou a intenção de que, se eleito, iria recriar a CPMF – um imposto que incidia sobre a movimentação financeira, entre 1997 e 2007. Segundo ele, quem levanta tal hipótese sobre a sua campanha está querendo "criar pânico" pois está "em pânico com a nossa chance de vitória".
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"Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendermos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso. Boa noite a todos!", escreveu Jair Bolsonaro em sua página no Twitter, na noite desta quarta-feira (19).
A declaração vem em resposta a uma matéria publicada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo , que atribui tal informação ao orientador econômico da campanha de Bolsonaro, Paulo Guedes . De acordo com o jornal, Guedes disse que pretende recriar um imposto nos moldes da CPMF.
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Além disso, a publicação também afirma que o responsável pelas questões econômicas do possível governo Bolsonaro estuda uma alíquota única do Imposto de Renda (IR) de 20% para pessoas físicas e jurídicas.
A questão realmente está em contradição. Isso porque, na própria quarta, o presidenciável – que está internado no Hospital Albert Einstein desde que sofreu um ataque a faca – publicou, ainda em suas redes sociais, que o lema de sua campanha é "chega de impostos".
"Nossa equipe econômica trabalha para redução de carga tributária, desburocratização e desregulamentações. Chega de impostos é o nosso lema! Somos e faremos diferente. Esse é o Brasil que queremos!", escreveu.
De acordo com o jornal O Globo , o candidato do PSL chegou a telefonar para Guedes a fim de pedir explicações sobre a tal ' nova CPMF ' citada pela Folha . As informações sobre tal telefonema veio do coordenador da campanha do presidenciável em São Paulo, o deputado Major Olimpio.
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Segundo ele, Jair Bolsonaro não tinha sido consultado pelo economista sobre o assunto. Porém, ao telefone, Guedes explicou que não tem a intenção de recriar a CPMF, mas sim a vontade de adotar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em uma simplificação tributária a ser implementada pelo novo governo e que não iria aumentar a carga tributária.