A coligação O Povo Feliz de Novo, formada por PT, PCdoB e Pros, ingressou nesta segunda-feira (3) com uma representação criminal contra o deputado Jair Bolsonaro , candidato do PSL à Presidência da República, pelos crimes de injúria eleitoral, ameaça e incitação ao crime.
A notícia crime foi protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) em função de um vídeo divulgado na internet que mostra Jair Bolsonaro empunhando um tripé de câmera como se fosse uma arma e dizendo “vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre, hein? Vamos botar esses picaretas pra correr do Acre".
"Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir pra lá. Só que lá não tem mortadela, hein, galera? Vão ter que comer capim mesmo", ironizou o candidato do PSL durante um comício em Rio Branco, capital do Acre, no último sábado (1º).
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Na representação, o PT argumenta que “por mera divergência política, entende o candidato ser necessário o fuzilamento de toda uma parcela da população, o que representa, a um só tempo, os cometimentos dos crimes de ameaça e incitação ao crime”. O partido pede que o STF ordene a Procuradoria-Geral da República (PGR) a abrir procedimento investigatório sobre o caso.
“O ódio destilado pelo deputado, em sua campanha da raiva e da truculência, parece não encontrar limites, incitando ao assassinato de cidadãos de esquerda”, escreveu o PT , em nota. “É inadmissível que um candidato a presidente pregue o assassinato de quem não pensa igual a ele”, concluiu o partido.
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O ministro Ricardo Lewadowski foi sorteado para relatar a representação contra o deputado federal e já pediu um parecer da Procuradoria-Geral da República sobre o caso.
Ao ser questionado sobre o caso durante uma entrevista no Rio de Janeiro, o candidato do PSL defendeu o que chamou de “figura de linguagem” ao simular uma arma com um tripé e defender “fuzilar a petralhada do Acre”.
“Existe a figura de linguagem, hipérbole. Foi usado. Nada mais além disso. Qual o problema? Ninguém quer matar ninguém não”, disse ele. Jair Bolsonaro se irritou quando os jornalistas questionaram se aquele era um comportamento adequado para um candidato à Presidência. “Não vem com esse papinho de mimimi, politicamente correto que não leva a lugar nenhum. Peguei um tripé de um colega de vocês [jornalistas], simulei uma metralhadora”, disse ele.