
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, rebateu informação divulgada pelo Jornal Nacional (TV Globo) durante entrevista com o candidato do partido à Presidência, Ciro Gomes
, na noite dessa segunda-feira (27).
O ex-ministro do Trabalho foi pivô de impasse entre Ciro e o jornalista William Bonner, que conduzia a entrevista junto a Renata Vasconcellos e questionou a "coerência" do candidato ao defender uma gestão intransigente com a corrupção e ao mesmo tempo reservar um posto para Carlos Lupi , que é réu em ação civil pública que tramita na 6ª Vara Federal de Brasília.
Ciro disse ao vivo que o presidente nacional do PDT não é réu e que ele "é um homem de bem" e detém sua confiança "absolutamente cega".
A ação civil de improbidade administrativa contra Lupi foi movida pelo Ministério Público Federal do DF em 2012 e trata do uso de um avião locado por Adair Meira, presidente da ONG Centro de Estudos e Promoção Social (Cepros), em 2009. De acordo com a denúncia, ao viajar por cidades do Maranhão em aeronave paga por Meira, o então ministro do Trabalho e sua comitiva receberam vantagem indevida uma vez que Adair tinha o "propósito de beneficiar suas empresas em contratos mantidos" com a pasta.
Por meio de sua conta no Facebook, Lupi alegou que a ação movida contra ele pela Procuradoria trata-se de um processo que visa somente "apurar se seria necessário ressarcimento aos cofres públicos caso houvesse ocorrido improbidade administrativa".
O presidente nacional do PDT também criticou o Jornal Nacional por ter "apenas jogado a informação sem nenhum compromisso em contextualizar a notícia".
"Eu mesmo entrei com uma ação no Ministério da Justiça para a devida apuração dos fatos. Após exaustiva apuração, sequer foi instaurado inquérito criminal contra mim. Em 2012, o MPF moveu uma ação civil pública para apurar se seria necessário ressarcimento aos cofres públicos caso houvesse ocorrido improbidade administrativa. Não seria o caso de ressarcimento, pois não foi gerada nenhuma despesa. Mesmo cumprindo agenda oficial, não utilizei o avião da FAB, o que geraria custos", escreveu Lupi.
"Reforço que sou ficha limpa e não aceitarei que meu nome seja citado sem o devido esclarecimento, na tentativa de me igualar a políticos sob investigações gravíssimas de corrupção e com o claro objetivo de prejudicar a candidatura do combativo Ciro Gomes à Presidência do Brasil", finalizou Lupi.
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Carlos Lupi figura em outras investigações

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Além desse processo na Justiça Federal em Brasília, o ex-ministro também figura como investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura suposto pagamento de propina no âmbito da campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014. Esse inquérito ainda não foi concluído e, desse modo, não houve oferecimento de denúncia.
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Carlos Lupi também já foi acusado por um dos delatores da Odebrecht de ter recebido R$ 300 mil da construtora via caixa dois em 2014. "Os valores foram negociados enquanto os referidos beneficiários ocupavam cargos públicos e dentro do contexto de apoio do PDT aos interesses do grupo empresarial", reportou o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot em manifestação encaminhada ao STF no ano passado.