Odebrecht estaria envolvida com corrupção também na Argentina
Divulgação/Odebrecht
Odebrecht estaria envolvida com corrupção também na Argentina

Informações e provas obtidas por meio de delações premiadas e acordos de leniência firmados no Brasil pelos procuradores da operação Lava Jato serão aceitos também pela Justiça argentina.

Leia também: Justiça determina bloqueio de bens de Crivella e mais 8 em ação de improbidade

A liberação do uso dos materiais aos tribunais da Argentina foi oficializada na última sexta-feira (13) em acordo firmado entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Ministério Público Fiscal da Argentina. A íntegra do acordo que permite o uso das delações da Lava Jato é mantida em sigilo.

A PGR informou que a cooperação foi idealizada pela Secretaria de Cooperação Internacional (SCI), do Ministério Público Federal (MPF). Nos últimos meses, a secretaria chegou a um consenso com a Argentina, que resistia em conceder imunidade aos delatores para obter informações. 

“Depois de um trabalho longo de negociação e diálogo entre autoridades argentinas, conseguimos chegar a um acordo para que as delações envolvendo corrupção na Argentina possam ser disponibilizadas aos procuradores de lá. Trata-se de um enorme avanço na relação de cooperação jurídica internacional entre os dois países e mais um grande passo na luta contra a corrupção”, destacou a promotora Cristina Romanó, que chefia a SCI, em nota divulgada pela PGR.

Leia também: TRF-4 está dividido sobre impasse jurídico que manteve Lula preso

Lava Jato argentina?

Até meados de abril, autoridades argentinas investigavam, ao menos, 100 empresas por possível pagamento de propina. Entre os desdobramentos das apurações, destacou-se, à época, a prisão de um ex-ministro do governo de Cristina Kirchner, Júlio de Vido, acusado de enriquecimento ilícito e de receber US$ 35 milhões em troca de favorecimentos à empreiteira Odebrecht na construção de um gasoduto.

Em junho de 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estabeleceu, com a Argentina, a composição de uma equipe conjunta de investigação de crimes relacionados à operação Lava Jato, com o propósito de aproximar a experiência dos dois países na detecção de irregularidades que pudessem fundamentar medidas cautelares e o bloqueio de ativos.

A PGR não informou o número de investigações que tramitam na Argentina, mas pontuou que, com as informações e provas fornecidas pelo Brasil, será possível, pela primeira vez, acusar ex-funcionários da Odebrecht envolvidos em irregularidades.

Semelhantes termos de compromisso já foram assinados pelo governo brasileiro com a Suíça, a Noruega e a Holanda. De acordo com o MPF, o único país que não reconheceu oficialmente o compartilhamento de delações da Lava Jato nesses moldes foi Portugal.

* Com informações da Agência Brasil

Leia também: Ministério do Trabalho amanhece com gavetas e armários revirados nesta segunda

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!