Servidores do Ministério do Trabalho encontraram salas da área de seguro-desemprego reviradas quando chegaram hoje
Divulgação/Ministério do Trabalho
Servidores do Ministério do Trabalho encontraram salas da área de seguro-desemprego reviradas quando chegaram hoje

A Polícia Federal está no prédio do Ministério do Trabalho, em Brasília, nesta segunda-feira (16), depois de salas da área de seguro-desemprego amanhecerem reviradas, segundo testemunharam servidores.

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As duas salas do primeiro andar do prédio tiveram de ser interditadas hoje para que fosse feita a perícia. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério do Trabalho , as gavetas e armários foram remexidos e alguns objetos foram encontrados quebrados, jogados no chão. Em outra sala, funcionários que chegaram pela manhã encontraram portas de armários abertas.

Ainda não há informações seguras que possam garantir que o prédio foi realmente invadido, nem foi confirmado se há sinais de arrombamento nas duas salas alvejadas. Mas, como o prédio tem câmeras de segurança, toda a ação realizada – provavelmente durante a madrugada – pode ter sido gravada.

 Ministério do Trabalho é alvo de operação da PF

Provavelmente invadido nesta segunda-feira, a pasta do Trabalho está no centro da Operação Registro Espúrio da Polícia Federal, na qual é investigada a suposta fraude em documentos de sindicatos junto ao ministério. Neste sábado (14), o jornal Folha de S. Paulo revelou que documentos da PF relacionam o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, ao esquema.

Segundo o relatório da PF, integrantes do ministério atropelavam exigências legais para atender aos pedidos feitos pessoalmente pela chefe de gabinete de Marun, Vivianne Lorenna de Melo, em nome do ministro. Os pedidos constavam em facilidades para sindicatos de Mato Grosso do Sul. Em troca, possivelmente, era oferecido apoio político no estado, seu reduto eleitoral. O ministro nega qualquer participação em esquemas fraudulentos.

Além disso, no dia 5 de julho, o então ministro do Trabalho, Helton Yomura, e seu chefe de gabinete, Júlio de Souza Bernardes, pediram exoneração do cargo depois de terem sido alvo da terceira fase da operação da PF. Bernardes chegou a ser preso temporariamente e teve os sigilos telefônicos e bancários quebrados.  

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Em um documento da Polícia Federal da Registro Espúrio, Yomura é classificado como “fantoche dos caciques do PTB”, inclusive da deputada federal Cristiane Brasil, que estaria na liderança da organização criminosa pela concessão fraudulenta de registros sindicais.

A PF afirma, nesse mesmo relatório, que Cristiane Brasil, "mesmo não ocupando formalmente qualquer cargo na estrutura do Ministério do Trabalho , foi alçada, na prática, a um posto de comando da pasta, fortalecendo a estrutura de atuação do ‘subnúcleo PTB’”, escreve.

*Com informações da Agência Brasil

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