Em mensagem capturada pela Polícia Federal no celular apreendido de Cristiane Brasil (PTB-RJ), a deputada federal chama o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de “vagabundo”.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Cristiane Brasil teria atacado o ministro em 2 de junho, dias depois da PF cumprir mandados expedidos por ele contra funcionários do Ministério do Trabalho. A mensagem foi enviada ao então ministro da pasta, Helton Yomura, por causa da especulação de que Fachin traria de volta o imposto sindical, extinto pela reforma trabalhista.
Brasil escreveu ao ex-ministro do Trabalho: “Olha esse vagabundo mostrando pra que veio”.
Ao jornal, a deputada federal escreveu que “o vazamento da conversa não relacionada com as investigações extrapola a liberdade de imprensa e a proteção da fonte, aviltando o direito à privacidade e prerrogativas parlamentares”. Ela ainda disse que irá pedir a abertura de investigação para apurar os fatos, porque o vazamento “transcende o interesse público”.
Cristiane Brasil na Operação Registro Espúrio
No dia 12 de junho deste ano, o ministro do STF autorizou que a PF fizesse busca e apreensão nas residências e no gabinete da deputada federal do PTB. Ele também proibiu que Brasil mantivesse contato com os outros investigados na Operação Registro Espúrio , entre os quais está o pai da parlamentar, o deputado cassado e presidente nacional do partido, Roberto Jefferson.
Com as buscas, a PF tenta averiguar se a deputada tem participação na organização criminosa que atua na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho – fraudes estas, aliás, que foram ligadas ao ministro Carlos Marun neste sábado (14), ainda nas investigações da operação.
Segundo a PF, foi descoberto um “amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares”.
São apurados os supostos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.
A primeira fase dessa operação ocorreu em maio, quando o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Leonardo José Arantes, teve mandado de prisão expedido. Na ocasião, as sedes dos partidos PTB – presidido pelo ex-deputado Roberto Jefferson, pai de Cristiane Brasil – e Solidariedade, bem como da Força Sindical, também foram alvos de busca.