Depois de ter o nome apontado em relatório da Polícia Federal sobre alguns pareceres fraudulentos no Ministério do Trabalho
, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, negou neste sábado (14) que tenha participado das supostas fraudes na pasta para beneficiar sindicatos no Mato Grosso do Sul.
Segundo as investigações da PF, integrantes do Ministério do Trabalho atropelavam exigências legais a fim de atender pedidos feitos pessoalmente pela chefe de gabinete de Marun, Vivianne Lorenna de Melo, em nome de Marun. No relatório, o ministro é acusado de ter encabeçado a concessão facilitada de registros sindicais pela pasta.
Em troca, possivelmente, era oferecido apoio político no estado, seu reduto eleitoral. As demandas constam de mensagens trocadas pela assessora com servidores do ministério em maio deste ano, dias antes da Operação Registro Espúrio ser deflagrada.
Leia também: Polícia Federal liga Carlos Marun a fraudes no Ministério do Trabalho
De acordo com a reportagem publicada neste sábado (14), os pedidos eram repassados pelo então coordenador-geral de Registro Sindical, Renato Araújo, a uma aliada, Jéssica Mattos, que não possuía vínculo com a pasta. Ambos foram presos na primeira fase da operação, no dia 30 de maio.
Por meio de nota encaminhada pela assessoria de imprensa, o ministro disse não ter interesse político “uma vez que declarou, ao aceitar ser ministro, que não disputaria as eleições”. “Na verdade, estão usando o fato de eu me predispor a atender com atenção os pleitos que me chegam de MS para tentar retaliar e enfraquecer o ministro que questiona abertamente os abusos de autoridade praticados, especialmente no inquérito dos Portos”, diz a nota.
Concessão de falsos registros sindicais pelo Ministério do Trabalho
Deflagrada em meados de 2017, a Operação Registro Espúrio investiga a concessão de falsos registros sindicais depois de a PF receber denúncias sobre o suposto esquema. De acordo com os oficiais, já foi descoberto um “esquema amplo de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares”.
Leia também: Operação da PF leva o STF a afastar ministro do Trabalho por fraudes na pasta
A demissão do ex-ministro Helton Yomura no início de julho é uma das consequências da operação – que já tem três fases – até agora. Assim que assumiu o posto no Ministério do Trabalho
, Caio Vieira de Mello suspendeu por 90 dias todos os procedimentos de análise e publicações relativas ao registro sindical, em portaria publicada do Diário Oficial da União na última quinta-feira.
*Com informações da Agência Brasil