O ministro Edson Fachin, relator da operação Registro Espúrio no Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido da Polícia Federal para realizar busca e apreensão em endereços do ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun (MDB-MS).
De acordo com os investigadores, há suspeitas de que Carlos Marun mantinha relação com a organização criminosa que atuava em fraudes para emissão do registro sindical na Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Trabalho.
Ao negar o pedido da PF, Fachin acatou o posicionamento da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Para Dodge, ainda não há elementos da participação de Marun nos crimes investigados pela Registro Espúrio . A decisão de Fachin está no despacho em que autorizou o afastamento de Helton Yomura, ministro do Trabalho.
De acordo com a PF, conversas de alvos da operação que foram interceptadas indicam que Marun se valia de sua posição e cargo político para solicitar registros sindicais a entidades de seu interesse.
Leia também: Afastado pelo STF, ministro do Trabalho pede demissão do cargo
Carlos Marun nega acusações
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (5), Marun afirmou que ingressará na próxima segunda-feira (9) com representação e queixa-crime na corregedoria da PF e na PGR nas quais pede apuração de responsabilidades por um " vazamento canalha " do qual diz ter sido vítima.
"Vou à corregedoria da PF apresentar meu protesto e exigir providências e queixa-crime em relação a este vazamento canalha, vagabundo, que só tem esse objetivo de eu passar pelo constragimento que estou passando. Tenho familia, tenho vergonha na cara e não aceito que isso se dê desta forma. Vou lutar onde precisar para esclarecer isso", declarou o ministro.
Marun disse que, há 90 dias, recebeu um grupo de sindicalistas do Mato Grosso do Sul que tinham "demandas com relação à atividade sindical".
"O que fiz? Solicitei a uma assessora que acompanhasse esses sindicalistas ao Ministério do Trabalho para que fosse verificado ou não o atendimento das demandas, coisas de rotina que faço com varias questões", afirmou.
Leia também: PF apreende documentos e R$ 5 mil no gabinete de deputado do PTB
Segundo o ministro, o "vazamento" é uma "conspiração asquerosa" contra o governo e contra o presidente Michel Temer. "Não há nenhuma conversa minha gravada, não há depoimento que me comprometa. Revela somente a vontade de perseguir aqueles que protestam e se revoltam contra aqueles que deveriam estar ao lado da lei", disse Carlos Marun .