Com residuais 3% de aprovação junto aos brasileiros, Michel Temer (MDB) não deverá ser um grande cabo eleitoral na disputa pela presidência da República em 2018. Por isso, pré-candidatos alinhados ao governismo, como Geraldo Alckmin (PSDB), Rodrigo Maia (DEM) e Henrique Meirelles (PSD) têm buscado se dissociar do presidente. Mas, na avaliação de Carlos Marum, ministro da secretaria de governo, é justamente isso o que trava o crescimento destas candidaturas.
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“Fizemos juntos o impeachment, governamos juntos até pouco tempo, mas os candidatos dos partidos que nos apoiaram dizem que não, que não tem nada a ver com o governo? Isso passa uma imagem de hipocrisia para a sociedade”, disse o ministro de Temer em entrevista ao jornalista Josias de Souza, do portal UOL .
Entre os pré-candidatos do autointitulado “centro”, o que melhor pontua nas pesquisas eleitorais é Alckmin. O tucano, contudo, alcança apenas 7% da preferência do eleitorado, ficando atrás de Marina (Rede), Ciro Gomes (PDT), Bolsonaro (PSL) e Lula (PT).
O ministro de Temer também comentou as declarações recentes de Ciro, que afirmou que trabalhará para “extirpar” o MDB da política caso seja eleito presidente. Marum insinuou que, por acusar seus adversários de serem “ladrões”, Ciro deve conhecer de perto a corrupção.
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Temer preso?
Na entrevista, Marum manifestou preocupação quanto ao futuro de seu chefe. Ele afirmou, inclusive, que Temer pode vir a ser preso no ano que vem, uma vez que, na atual conjuntura brasileira, “qualquer um” pode ir para a prisão.
“Eu tenho esse receio. Nós temos no Brasil duas categorias profissionais, talvez as únicas, que não têm nenhuma responsabilidade sobre seus atos: juízes e promotores. Se um jornalista me ofender no exercício de sua profissão eu posso processá-lo. Agora, se um promotor erra, ele pode destruir a vida de alguém e não há punição. Juízes, muitas vezes atuam da mesma forma. Por isso eu defendo a lei contra o abuso de autoridade”, criticou Marum .
Para ele, Temer “vai ser vítima de uma grande perseguição” em 2019. “Tenho receio de que o devido processo legal não seja respeitado. Hoje em dia qualquer um pode ser preso, principalmente no império das prisões preventivas. Mas não existiria razão, se vivêssemos numa normalidade, respeito ao estado de direito, para que tivéssemos qualquer temor em relação à prisão de Temer ”, defendeu Marum.
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