A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questiona, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), os ritmos distintos com que o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª região, a segunda instância da Lava Jato em Curitiba), apreciou as acusações contra o líder petista e, agora, os recursos, contra a sentença.
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Ao todo, o TRF-4 levou 42 dias para apreciar a condenação proferida pelo juiz Sergio Moro contra Lula – o relator do processo precisou de 36 dias para analisar o texto, e o parecerista levou somente 6 dias para concluir sua revisão.
Já os recursos apresentados pela defesa do ex-presidente Lula contra a condenação levaram também 42 dias apenas para aparecerem no sistema eletrônico do Ministério Público.
Não há previsão para quando eles serão julgados no tribunal. Até lá, o líder petista seguirá preso em Curitiba. Para os advogados, a diferença de tratamento aponta para a seletividade dos juízes e para a sanha condenatória contra Lula, numa suposta tentativa de afastá-lo das eleições de outubro.
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Lula recusou acordo
No ato de lançamento da candidatura de Lula à presidência da República em Contagem, Minas Gerais, Fernando Haddad, o coordenador do programa de governo do PT , disse que o ex-presidente foi sondado sobre um possível acordo: ele deixaria a prisão caso aceitasse não concorrer nas eleições de 2018.
“Acenaram para o Lula com um acordo”, contou Haddad, “abre mão de sua candidatura que você sai da cadeia, que a gente liberta você”.
Lula, narrou Haddad, disse não, e acrescentou: “me apresentem uma prova [de que ele agiu de forma corrupta] que eu abro mão da minha candidatura”.
Haddad , que tem sido apontado em pesquisas eleitorais como possível substituto de Lula caso o ex-presidente tenha sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral, não apresentou mais detalhes sobre o suposto acordo.
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