Marcos Corrêa/PR - 2.5.18
"Lamento, mas tenho de enfrentar", diz Michel Temer sobre protestos com gritos de 'golpista'

Uma das justificativas que a Polícia Federal apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obter permissão para realizar buscas, apreensões, quebras de sigilo e prisões preventivas decorrentes da operação Skala, que investiga supostos atos de corrupção na edição do Decreto dos Portos, de 2017, foi uma planilha que aponta possíveis pagamentos mensais de propina a Michel Temer (MDB) .

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O documento, remetido sob sigilo de justiça ao STF em 15 de março, dias antes da deflagração da operação Skala, foi obtido pelo portal de notícias G1 . Como consequência das investigações, dois amigos pessoais de Temer , José Yunes e coronel Lima, chegaram a ser presos e foram liberados após prestarem depoimento – Lima, alegando motivos de saúdo, manteve-se em silêncio perante os questionamentos dos policiais.

Cleyber Malta Lopes, delegado responsável pela operação, anexou junto ao pedido ao STF uma planilha em que constam detalhes sobre supostos pagamentos de propinas de empresas do setor portuário a políticos e gestores do porto de Santos. Na planilha, que chegou a ser arquivada como prova pelo STF em 2011, subornos mensais de R$ 340 mil são apontados como tendo por destinatário “MT” – Michel Temer, como supôs a PF.

Outro suposto beneficiário indicado na planilha é “MA”. Para a PF, trata-se de Marcelo Azevedo, que foi indicado por Temer para ocupar o cargo de chefe da Companhia de Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

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No texto enviado ao STF obtido pelo G1 , argumenta o delegado da PF: "Fazendo uma ligação com as informações trazidas na planilha, na qual denota possível pagamento pela Rodrimar de vantagem indevida para MT (possivelmente Michel Temer ), em 1998, na ordem de R$ 340 mensais e ainda adicional de R$ 200 mil, textualmente indicado como sendo para campanha, não é difícil supor que tal relação promíscua entre empresários e agentes políticos se perpetue até os dias atuais".

Em nota, o Planalto afirmou que as investigações entram “no terreno da ficção policial”.

“Sem fatos novos ou provas, delegado tenta reabrir investigação já arquivada duas vezes pela Justiça por falta de provas”, critica a nota, que prossegue contestando a validade da planilha como prova: “[o delegado] usa agora planilha encontrada nesses arquivos. E com base neste documento produz um fantasioso cenário de reconstrução arqueológica, mas está alimentando apenas uma imensa farsa”.

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