Mais resultados das quebras de sigilo fiscal realizadas pela Polícia Federal no âmbito da operação Skala, que investiga supostos atos de corrupção na redação do Decreto dos Portos assinado por Michel Temer (MDB) em 2017, começam a ser conhecidos pela imprensa.
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De acordo com o jornal Folha de S.Paulo , foram encontrados R$ 23,6 milhões em contas ligadas ao coronel da reserva João Baptista Lima , amigo pessoal de Temer . A maior parte do dinheiro, cerca de R$ 20 milhões, estaria em contas de empresas do coronel, e o restante em uma conta pessoal em seu nome.
As empresas são do ramo de arquitetura e construção. Não foram encontrados, contudo, extratos de contas da Argeplan, construtora de Lima que já realizou diversas obras públicas. A empresa teria, também, sido a responsável pela reforma na casa de Maristela Temer que também é alvo de investigação. A suspeita da polícia é que o coronel lavou dinheiro de propinas na reforma, repassando os valores à Temer.
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Busca e apreensão
Achados durante os mandados de busca e apreensão levados a cabo no dia 29 de março pela Polícia Federal, que tiveram por alvo amigos e sócios de Temer, também foram revelados pelo portal de notícias G1.
De acordo com o site, que afirma ter conseguido acesso a um relatório secreto da Polícia Federal, uma série de documentos aponta a proximidade do coronel Filho a empresas do ramo portuário.
O coronel chegou a ser preso por dois dias num desdobramento da operação, mas se negou, alegando motivos de saúde, a prestar depoimentos. Ele é investigado por supostamente coletar propinas junto às empresas em nome de Temer. Este, em contrapartida, teria concedido vantagens financeiras às empresas na redação do “Decreto dos portos”, assinado em 2017.
Os documentos, aponta o G1, reforçam a hipótese de vínculo entre Lima e empresas portuárias. O coronel é investigado, também, por haver custeado obras na casa da filha de Temer que alcançam a cifra de R$ 1 milhão. Temer e Lima negam as acusações.
Maristela Temer , beneficiada pela obra, repudia a hipótese da PF e garante que pagou pessoalmente pelas melhorias. Ela, contudo, alegou em depoimento aos investigadores que não guardou qualquer comprovante das transações.
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