O ex-presidente Lula foi chamado pelo ex-governador Sérgio Cabral, e será ouvido como testemunha de defesa dele
Reprodução/Le Monde
O ex-presidente Lula foi chamado pelo ex-governador Sérgio Cabral, e será ouvido como testemunha de defesa dele

O ex-presidente Lula prestou depoimento, por meio de uma videoconferência, na manhã desta terça-feira (5), ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Ele foi chamado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral , e foi ouvido como testemunha de defesa dele no processo que apura um esquema de corrupção na escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016.

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"Nunca soube de nenhuma negociata, em nenhum momento. Inclusive assinei um decreto em 2009 que coagia transparência de todos os dados. Lamento muito que tenha surgido essa denúncia 8 anos depois", disse Lula , em seu depoimento. 

O ex-presidente aproveitou ainda para negar qualquer relação de amizade com Sérgio Cabral e com Carlos Nuzman, ex-presidente do COI que também é réu no processo. Por fim, negou ainda ter participado de negociações para compra de votos e diz 'não querer saber' de quem participou delas.

"Só lamento que venha denúncia de compra de delegado [da Rio 2016] oito anos depois. Não sei quem fez, não quero saber, não quero conhecer”, disse o ex-presidente.

Além do petista, será ouvido também hoje o ex-jogador Pelé, em um depoimento no Rio de Janeiro. Ele foi chamado para depôr como testemunha de Nuzman.

Os processos contra Cabral e Nuzman fazem parte da operação Unflair Play, que apura um suposto esquema de corrupção para a compra de apoio na votação que definiu o Rio como sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

Optou-se pela videoconferência para a execução do depoimento do ex-presidente porque ele permanece preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. 

Além de Cabral e Nuzman, também são réus na mesma ação o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur; o ex-diretor de Operações do Comitê Rio 2016, Leonardo Gryner; e os senegaleses Papa Diack e Lamine Diack, que teriam recebido a propina para garantir votos africanos à candidatura do Brasil.

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Nuzman é acusado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, e Cabral, de corrupção passiva. Gryner é acusado de corrupção passiva e organização criminosa. Arthur Nuzman, de corrupção ativa. E Papa e Lamine Diack, de corrupção passiva.

Candidatura de Lula – mesmo que esteja preso

Ainda nesta semana, o PT pretende lançar oficialmente a candidatura do ex-presidente às eleições deste ano. O evento deve acontecer, na próxima sexta-feira (8), em Contagem, Minas Gerais.

Como está preso, Lula não vai ao evento. Porém, o partido busca alternativas para tentar gravar um vídeo com uma mensagem do ex-presidente na prisão, a fim de usá-lo em Contagem. Além disso, o PT deve reiterar, durante a semana, o pedido para que governadores e prefeitos compareçam ao ato de lançamento da candidatura.

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