O carro onde Marielle Franco e Anderson Gomes estavam quando foram assassinados foi levado para uma nova perícia nesta terça-feira (24), 41 dias após o assassinato. Segundo a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, o veículo deixou a Delegacia de Homicídios da capital, na Barra da Tijuca, na zona oeste, e foi encaminhado para o Instituto Carlos Éboli, no Centro.
Essa será a segunda perícia no veículo. A primeira ocorreu na noite do crime, em março. A Polícia Civil declarou que outras informações sobre a investigação da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes são sigilosas.
No último sábado (21), o secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, anunciou que a Delegacia de Homicídios realizará nos primeiros dias de maio uma reconstituição do atentado ocorrido na noite de 14 de março.
O dia da reconstituição, entretanto, ainda será definido, já que a simulação é complexa e dependerá de uma data com as mesmas circunstâncias da verificada no dia do atentado. “Por isso, não poderemos trabalhar em uma data com condições [climáticas] distintas da do dia do atentado”.
A avaliação do secretário é de que a reprodução ajudará “na compreensão da dinâmica do crime e a confrontar as diferentes versões das testemunhas”, o que levará a uma visão mais completa do fato e contribuir com as investigações.
Vereadora assassinada
Marielle deixava o evento “Jovens negras movendo as estruturas”, na noite da sua morte, na Lapa, e se dirigia para sua casa na Tijuca quando dois homens em um carro emparelharam o veículo onde ela estava junto ao seu motorista. Os bandidos dispararam mais de dez tiros.
A vereadora e o motorista Anderson Gomes morreram na hora. O crime aconteceu na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, próximo à estação de metrô. Todos os indícios apontam para a possibilidade de um homicídio premeditado, uma execução.
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Ativista do movimento negro, feminista e defensora das pautas LGBT e que tocavam questões da favela, a vereadora fazia parte ainda da Comissão da Câmara que fiscalizava a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
Dias antes de ser assassinada, ela denunciou assassinatos que teriam sido praticados por policiais do 41º Batalhão da PM do Rio. O assassinato de Marielle Franco eclodiu em diversos protestos e manifestações não só no Brasil, mas em todo o mundo.