A Justiça Federal de Brasília negou um pedido de prisão preventiva contra dois dos amigos mais próximos de Michel Temer , seu ex-assessor José Yunes e coronel Lima , sócio do presidente em uma série de empreendimentos.
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Requisitado pelo Ministério Público, o pedido se estendia também a Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Henrique Eduardo Alves, Rocha Loures e Altair Pinto, tidos pela investigação como o núcleo duro do “quadrilhão do MDB” ao lado do próprio Temer e seus dois amigos.
Entre os argumentos apresentados pelos procuradores, estava a ambição de Temer em concorrer à reeleição. O Ministério Público alega que, como os supostos crimes cometidos pelo “quadrilhão” envolveram o recolhimento de propinas que seriam empenhadas em campanhas eleitorais, há o risco de Yunes e Lima voltarem a incorrer nestas práticas para favorecer o presidente.
“Há notícias no sentido de que o líder da organização criminosa ‘quadrilhão do MDB’, Michel Temer, pretende candidatar-se à reeleição presidencial, a fim de se manter na posição de elevado poder em que se encontra e garantir a perpetuação do grupo criminoso no controle central da máquina estatal federal”, anotam os procuradores.
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O argumento, contudo, não convenceu o juiz Marcus Bastos, responsável pelo caso. Para Bastos, não é possível presumir inequivocamente que a candidatura de Temer redunda forçosamente em práticas criminosas.
Amigos e réus
A Justiça Federal de Brasília, contudo, aceitou a denúncia do Ministério Público que acusa um grupo de nove pessoas pelo crime de organização criminosa.
Entre elas, estão José Yunes, advogado, assessor pessoal e amigo próximo ao presidente Michel Temer (MDB), e o coronel Lima, também amigo e sócio do emedebista em uma série de negócios.
As acusações se inserem na investigação sobre o “ quadrilhão do MDB ”, que busca apurar supostos desvios de verbas públicas para alimentar os cofres do partido.
Outros nomes estão no rol da investigação, mas, por contarem com foro privilegiado, não cabe à Justiça comum analisar as acusações. Entre os acusados com prerrogativa de foro, está o próprio Michel Temer .
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