“Não sei até se tem pensamento”, ironizou FHC, sobre o deputado Jair Bolsonaro
Agência Brasil
“Não sei até se tem pensamento”, ironizou FHC, sobre o deputado Jair Bolsonaro

Aos 86 anos e tendo sido já duas vezes eleito presidente do Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou, em evento realizado pelo jornal O Estado de São Paulo , que um candidato “puramente reacionário” ou que defenda unicamente as bandeiras do mercado – a reforma da previdência ou as privatizações, por exemplo -, dificilmente será eleito em 2018.

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“O país não é composto de mercado só. Quem for o candidato do mercado vai perder”, analisou FHC. Ele também avaliou que um proponente ao cargo máximo da nação que seja “puramente reacionário” também terá dificuldades em conquistar o eleitorado majoritário.

Para o tucano, também, o povo em geral “não sentiu melhorias do governo Temer ”. “É preciso que o candidato mostre que a vida será melhor e mais segura. É preciso ter discurso, mas não é só discurso que convence”, disse.

Questionado pelos jornalistas presentes no evento sobre os recentes flertes do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) com a agenda liberal das reformas, o presidente pôs em dúvida a orientação ideológica do deputado.

Bolsonaro, que antes se apresentava como um nacionalista econômico – avesso, por exemplo, às privatizações - anunciou nos últimos dias que o economista Paulo Guedes integrará sua equipe durante as eleições. Guedes é alinhado à correntes ultra-liberais e defende a diminuição das funções do Estado.

Isso significaria, então, que Bolsonaro tem pensamentos liberais? “Não sei até se tem pensamento”, ironizou FHC.

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Embora considere que o deputado não tem chances de vencer, o ex-presidente lembrou que, em política, nada é impossível.

Ele afirmou, por fim, que vê chances de seu correligionário, o governador Geraldo Alckmin, ganhar as eleições. E, contrariando os elogios que fez ao apresentador global Luciano Huck, disse não acreditar que um candidato “de fora” da política obtenha sucesso no próximo pleito presidencial.

“Numa sociedade de massas como a nossa, com uma mídia com essa diversidade que tem e com a paixão que tem por destruir —o que é normal—, você tem que parar em pé na corda bamba. Não é pra qualquer um. Quem já passou por isso tem mais chance de sobreviver”, concluiu.

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