Wesley Batista foi preso na investigação do uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro
Bloomberg/Paulo Fridman
Wesley Batista foi preso na investigação do uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro

O empresário Wesley Batista, um dos irmãos donos da J&F, deixou a carceragem da Polícia Federal (PF) em São Paulo na madrugada desta quarta-feira (21). Ele e o irmão Joesley receberam, nesta terça, o benefício do habeas corpus, por decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) . Joesley, porém, segue preso por conta de outro mandado de prisão.

Wesley Batista deixou a PF, no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista, pouco antes das 3h. De acordo com a Globo News , ele saiu do prédio por uma portaria de acesso dos funcionários. O empresário foi para casa, mas não se sabe se utilizava uma tornozeleira eletrônica ou não.

A substituição da prisão dos irmãos Batista por medidas cautelares foi defendida pelo relator dos pedidos de habeas corpus, ministro Rogério Schietti Cruz. Outros dois magistrados acompanharam o relator e dois divergiram, encerrando o julgamento com 3 votos a 2 em favor de mandar Wesley para casa.

O empresário estava  preso em São Paulo desde setembro do ano passado por crime de insider trader, que é o uso indevido de informação privilegiada para obter vantagens na negociação com valores mobiliários. Ele foi a primeira pessoa a ser presa por esse motivo no Brasil (Joesley também teve a prisão decretada por insider trader, mas já se encontrava detido em Brasília em decorrência de outra investigação). 

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Os crimes dos irmãos Batista

De acordo com as investigações que levaram à decretação da prisão dos irmãos Batista, Wesley e Joesley cometeram crimes contra o mercado financeiro e contra a administração do próprio grupo JBS durante as tratativas de seus acordos de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Esses crimes foram caracterizados em operações de venda de parte das ações da JBS que pertenciam aos dois irmãos e que foram recompradas pela administração da própria JBS, então presidida por Wesley. A estratégia,  segundo alegou o Ministério Público Federal (MPF) em denúncia , visava diluir o prejuízo com a desvalorização dos papéis com os demais sócios do grupo – já prevendo que essa desvalorização ocorreria após o vazamento de suas delações.

Além disso, Joesley e Wesley Batista também lideraram a compra de US$ 2,8 bilhões em dólares pela JBS visando lucrar com a alta da moeda americana nos dias que se seguiram após a divulgação das delações.

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