O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), se disse "convicto" de que a proposta de reforma da Previdência começará a ser discutida no plenário da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira (20) – mesmo caso o governo chegue até lá sem garantia de possuir os 308 votos necessários para aprovar o texto.
Responsável pela articulação política do governo Michel Temer, o ministro teve reunião nesta quinta-feira (15) com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ressaltou que, apesar de seu otimismo, cabe ao parlamentar agendar a votação da reforma da Previdência .
"Tenho convicção de que ele [Maia] tem consciência de que ainda temos um trabalho a realizar durante a semana que vem. Tenho convicção que, independentemente dos votos que tivermos na segunda-feira (19), a discussão se inicia na terça”, disse Marun.
Escalado para a equipe ministerial de Temer com a missão de buscar apoio para o pacote de alterações nas regras da aposentadoria, Marun anunciou que líderes dos partidos da base aliada se reunirão no início da próxima semana para fazer a contagem dos votos já assegurados e definir estratégias.
“Temos consciência de que precisamos ainda da semana que vem para buscarmos os votos que ainda faltam para aprovação, eu continuo trabalhando naquele número de 40 votos, o que significa conquistar um indeciso a cada dois”, estimou o ministro.
Tudo ou nada
Considerada "fundamental" pelo Planalto para o controle do deficit da Previdência Social, que alcançou em 2017 a cifra de R$ 268 bilhões, a PEC que altera as regras para acesso à aposentadoria teve seu texto-base aprovado na comissão especial na Câmara ainda em maio do ano passado. Mas a tramitação do projeto emperrou após o surgimento das duas denúncias contra o presidente Michel Temer.
Diante das dificuldades em conseguir apoio na Câmara, o governo decidiu fazer alterações na proposta, que foram apresentadas na semana passada pelo relator , deputado Arthur Maia (PPS-BA).
A nova redação da PEC da reforma beneficia viúvo ou viúva de policial morto em ação, que passará a receber pensão integral – e não mais um percentual do salário, como previa a versão anterior. A mudança busca conseguir mais votos de deputados da bancada da segurança pública e valeria para cônjuges de policiais rodoviários federais, policiais federais e policiais civis (os militares estão fora da reforma).
Lideranças do governo, como o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, têm estabelecido que a proposta de reforma da Previdência precisa ser aprovada ainda neste mês na Câmara para haver tempo hábil de a votação no Senado ocorrer antes do início das campanhas eleitorais.
*Com reportagem da Agência Brasil