O ex-governador e pré-candidato ao Governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (sem partido), tornou-se alvo de investigação da Procuradoria Regional Eleitoral do estado (PGE-RJ) por conta de suas declarações a um programa de rádio nas quais o político sugere que poderia "comprar" deputados.
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Em vídeo divulgado nas redes sociais, Anthony Garotinho confirmou sua intenção em voltar a concorrer ao Palácio Guanabara, mas alertou seus eleitores que seria necessário votar também em deputados estaduais alinhados às suas ideias para que ele tivesse apoio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
"Não vote só em mim. Vote num deputado que está do meu lado. Porque o cara vai votar em mim e vai votar num deputado estadual contrário? Sabe o que vai acontecer? Depois eu vou ter que gastar dinheiro para comprar esse deputado. Como é que vai fazer?", explanou Garotinho.
O procurador eleitoral Sidney Madruga, responsável pela investigação, declarou ao site do Ministério Público Federal (MPF) que "há evidências de que o ex-governador fez divulgação da candidatura antes do período para as convenções partidárias escolherem as coligações e os candidatos", que vai de julho a agosto.
Além da investigação sobre propaganda antecipada, a PGE-RJ também vai apurar se as declarações de Garotinho sobre sua disposição em "comprar" parlamentares configurar outros crimes eleitorais.
Investigação de crime eleitoral já levou Garotinho a ser preso
O ex-governador fluminense já teve problemas com a Justiça Eleitoral no fim do ano passado. Foi a suspeita de que ele e a sua esposa, a também ex-governadora Rosinha Matheus, praticaram crimes eleitorais em Campos dos Goytacazes que levou o casal à prisão em novembro último. Garotinho ficou preso por pouco mais de um mês, tendo sido solto no fim de dezembro após ser agraciado por habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Durante o período preso, Garotinho alegou ter sido agredido em sua primeira madrugada no presídio de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. As imagens entregues pela Secretaria da Administração Penitenciária (Seap) não confirmaram a versão apresentada pelo ex-governador sobre o episódio, mas perícia realizada pelo Ministério Público estadual indicou no início deste mês que há indícios de "interferência humana" (edições) nas gravações .